O país registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes em fevereiro. Essa marca não era atingida desde maio de 2020, no início da pandemia da Covid-19.
Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (5) pela Serasa, o endividamento de consumidores brasileiros – já em situação de inadimplência – cresceu 0,54% em fevereiro, e o valor médio da dívida de cada brasileiro chegou a R$ 4.042,08. Juntos esses brasileiros têm R$ 263,4 bilhões em dívidas negativadas (em atraso).
A estatística se baseia no fato de que cada número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) tem, em média, 3,4 dívidas ativas. A maior parte destas contas em atraso vem dos gastos com cartões de crédito, que representam 28,60% das dívidas de fevereiro. Em seguida, estão os débitos de utilities (contas básicas como água, gás e energia) com 23,20%.
Em relação ao perfil dos inadimplentes, os homens representam 50,2% dos devedores, contra 49,8% das mulheres. Na divisão por faixa etária, a maior parte tem entre 26 e 40 anos de idade (35,3%), seguida pela faixa de 41 a 60 anos de idade (34,9%).
Desemprego
O impacto da pandemia no mercado de trabalhou contribuiu para este cenário, avalia a gerente de parceria da Serasa, Flávia Cosma. “Temos um número alto de pessoas desempregadas e isso afetou muito a vida dos brasileiros, porque diversas famílias ainda têm uma pessoa desempregada, e isso acaba reduzindo a renda familiar, de forma muito impactante”, destaca.
Também a sequência das altas taxa de juros, que encarece a vida do brasileiro, ainda mais aqueles que não conseguiram restabelecer a renda comparado aos níveis pré-pandemia, foi destacada por Cosma.
Mesmo diante de dados tão impactantes que mostram as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros, particularmente os mais vulneráveis, o governo federal segue sem a preocupação de definir uma política econômica que gere empregos de qualidade e renda.
Redação ICL Economia
Com informações das agências