Mercados mundiais operam no negativo em dia de início da reunião do Fed para definir a nova taxa de juros dos EUA

Analistas projetam que a autoridade monetária americana eleverá os juros em 0,25 ponto percentual, o que significa redução no ritmo do aperto monetário
31 de janeiro de 2023

No dia em que começa a reunião do Fed (Federal Reserve) para definir a nova taxa de juros dos EUA, os mercados mundiais amanhecem no vermelho nesta terça-feira (31). Analistas projetam que a autoridade monetária americana eleverá os juros em 0,25 ponto percentual, o que significa uma redução no ritmo de reajuste. Em dezembro, o aumento foi de 0,50 p.p. O anúncio da nova taxa ocorre amanhã (1º).

Além da reunião do Fed, os agentes também continuam monitorando a divulgação de balanços de grandes corporações, os quais ajudam a ter a dimensão de como a economia dos EUA tem impactado os negócios. Para hoje, são aguardados os resultados do McDonald’s, Caterpillar, General Motors, Pfizer e Advanced Micro Devices.

As bolsas da Europa também estão operando no negativo hoje, com os investidores com um olho no início da reunião do Fed nos EUA e, também, na expectativa da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que começa nesta quarta-feira e termina na quinta (2), quando será anunciada a nova taxa de juros da zona do euro.

Além disso, os investidores repercutem o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) da região, que subiu 0,1% no quarto trimestre do ano passado, acima do esperado. O consenso Refinitiv previa recuo de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas alta de 1,8% na base anual.

Já na Ásia, a China registrou crescimento do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) em janeiro. O PMI da indústria da China registrou expansão pela primeira vez desde outubro de 2022.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (30) em leve queda, com investidores de olho nas decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,04%, cotado a 112.273 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, no cenário externo, os investidores estão cautelosos prevendo uma série de aumentos das taxas de juros por parte de bancos centrais importantes nesta semana.

Nas negociações do Ibovespa do dia, o dólar fechou em alta de 0,06%, cotado a R$ 5,114 na compra e a R$ 5,115 na venda.

Europa

As bolsas europeias operam no terreno negativo, com as atenções voltadas para o início da primeira reunião do Fed (Federal Reserve) para definir a nova taxa de juros dos EUA. Os investidores também repercutem o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro, que subiu 0,1% no quarto trimestre do ano passado, contrariando as projeções de que teria um recuo de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Na base anual, o PIB registra alta de 1,8%.

Por outro lado, o PIB da França, segunda maior economia do bloco, desacelerou de 0,2% para 0,1% no quarto trimestre de 2022. Mesmo assim, superou as expectativas dos analistas.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,65%
DAX (Alemanha), -0,61%
CAC 40 (França), -0,48%
FTSE MIB (Itália), -0,13%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA estão em trajetória de baixa nesta manhã de terça-feira, ampliando as perdas da véspera, com investidores aguardando o início da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. A nova taxa será divulgada amanhã e a expectativa do mercado é de que o reajuste seja de 0,25 ponto percentual, mais baixo, portanto, que o último aumento em dezembro, de 0,50 p.p.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,26%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,26%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,47%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam em baixa na sessão de hoje, com investidores digerindo uma série de dados econômicos e um potencial aumento da taxa de juros do Fed. Dos dados da região, a boa notícia veio da China, que registrou expansão do índice oficial de gerentes de compras (PMI) da indústria para 50,1, acima do limite de 50 pontos que separa crescimento de contração. Foi o primeiro crescimento desde outubro de 2022. O resultado superou as projeções dos analistas.

O PMI não manufatureiro da China, que compreende os setores de serviços, alimentação e construção, subiu de 41,6 em dezembro para 54,5 de janeiro.

Shanghai SE (China), -0,42%
Nikkei (Japão), -0,39%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,03%
Kospi (Coreia do Sul), -1,00%

Petróleo

Os preços do petróleo também operam com queda nesta manhã, depois de cair mais de 2% na véspera devido à ameaça de novos aumentos nas taxas de juros e preocupações com fluxo de petróleo russo.

Petróleo WTI, -1,28%, a US$ 76,90 o barril
Petróleo Brent, -1,06%, a US$ 84,00 o barril

Agenda

Nos EUA, além do início da reunião do Fed, são aguardadas as divulgações do PMI Chicago, a confiança do consumidor de janeiro e estoques de petróleo API.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou-se ontem (30) com o chanceler alemão, Olaf Scholz. Após o encontro, o petista disse que trabalhará para concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda no primeiro semestre de 2023, mas com mudanças, e admitiu ter interesse em entrar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Na frente econômica, começa hoje a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. O mercado aposta que quando a reunião terminar, amanhã, a opção será manter a taxa básica de juros (Selic) nos atuais 13,75% ao ano. Também é aguardada a divulgação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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