O resultado das campanhas salariais segue sendo positivo, como mostra o acompanhamento feito pelo Dieese. Segundo o instituto, no primeiro semestre 75,1% dos acordos salariais foram fechados com ganho real (acima da inflação, medida pelo INPC-IBGE). Outros 18,9% tiveram reajuste equivalente à inflação acumulada, e 5,9% ficaram abaixo.
Além disso, a variação real média dos salários fica 1,07% acima do índice. “Um fato a ser destacado é que 21% das negociações de 2023 obtiveram ganhos reais superiores a 2% sobre o INPC”, lembra o Dieese.
Setores e pisos salariais
Entre os setores, na indústria 80,9% das negociações foram fechadas com aumento real, ante 78,2% no serviços e 53,2% no comércio. Esse segmento foi o de maior percentual de reajustes equivalentes ao INPC (41,7%).
Nos seis primeiros meses do ano, o valor médio dos pisos salariais – em um universo de 7.374 acordos – foi de R$ 1.586,88. Varia de R$ 1.537,10 (setor rural) a R$ 1.606,35 (serviços).
Salário mínimo
Apenas entre as categorias com data-base em junho, 85,9% conquistaram ganho real. Outras 12,3% tiveram reajuste equivalente à variação do INPC e 1,8% ficaram aquém da inflação do período, acumulada em 3,74%. Em junho do ano passado, o reajuste necessário era de 11,9%.
“É possível que o novo reajuste do salário mínimo, concedido em maio, tenha influenciado positivamente o resultado das negociações nas últimas duas datas-bases, acentuando tendência positiva que vem desde o final do ano passado”, afirma o Dieese. A variação média dos reajustes em junho ficou em 1,43% sobre o INPC. São 42% de acordos entre 1% e 2% acima da inflação acumulada, e quase 25% acima de 2%.