O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta manhã (26) a elevação da nota de crédito soberano do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável, pela agência Fitch. Em seu perfil na rede social Twitter, Haddad escreveu: “A Fitch, uma agência internacional de classificação de risco, elevou a nota de crédito do Brasil. Em seis meses de trabalho, já conseguimos sinalizar para o mundo que o Brasil é o país das oportunidades, da geração de bem-estar, do crescimento sustentável, do emprego e da renda”.
Segundo a Fitch, a decisão reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado e a agenda de reformas promovida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos meses, com o avanço da reforma tributária e do arcabouço fiscal no Congresso.
“O Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais”, disse a agência em relatório.
Em junho, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings também havia melhorado a nota de crédito do Brasil, ao reconhecer os sinais de melhora na estabilidade das políticas fiscal e monetária do país. A S&P elevou de estável para positivo o rating brasileiro. Isso não acontecia desde 2019.
No caso da Fitch, a agência destacou que, embora o governo Lula defenda um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores, o pragmatismo e os freios e contrapesos institucionais evitam desvios radicais da política macroeconômica.
A agência ainda afirmou que o presidente Lula “tem conseguido garantir a governabilidade e avançar em sua agenda política”.
As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.
Além disso, as notas servem como um termômetro para investidores estrangeiros, para saberem se a remuneração de um papel está adequada ao risco do investimento. Também são importantes para os fundos de investimentos, pois muitos deles são impedidos de aplicar em papéis sem grau de investimento.
Agência Fitch havia rebaixado a nota do Brasil durante o governo de Michel Temer
A Fitch tinha rebaixado a nota de crédito do Brasil para BB- em 2018, no governo de Michel Temer, quando o país passava por déficit fiscal, crise nas contas públicas e fracasso em aprovar a reforma da Previdência.
Em comunicado, o Ministério da Fazenda disse que a decisão da agência corrobora os esforços empreendidos pelo governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal, e reiterou o compromisso com a agenda de reformas em curso para levar ainda à redução das taxas de juros, à melhoria das condições de crédito e assegurar a estabilidade dos preços.
Em outra agência de risco, a Moody´s, o país tem nota Ba2 com perspectiva estável.
Apesar das boas perspectivas, todas as notas seguem abaixo do chamado grau de investimento, que indica baixo risco de calote.
Com a elevação desta quarta pela Fitch, o Brasil está a dois degraus para alcançar novamente o selo de grau de investimento, o qual perdeu em 2015.
A agência espera que o arcabouço e a reforma tributária ancorem uma consolidação gradual da economia brasileira.
Por outro lado, a agência espera alta da relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto), mas em ritmo mais lento e partindo de um ponto inicial muito melhor do que estimado anteriormente.
A agência também elevou a perspectiva para o crescimento econômico do Brasil neste ano para 2,3%, o que representa uma forte melhora ante a expansão de 0,7% prevista antes. Para 2024, a agência espera uma desaceleração para 1,3%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo