Economista Paulo Robilloti fala sobre a importância da antecipação do poder público em catástrofes ambientais

Consultor em construção de cenários econômicos e setoriais e professor de economia do curso de graduação em Comunicação e Publicidade da ESPM, Robilloti foi entrevistado por Deborah Magagna e André Campedelli no ICL Mercado e Investimentos de 5ª feira passada.
27 de maio de 2024

A tragédia ambiental que devastou o Rio Grande do Sul é um exemplo claro – e triste-  do que pode acontecer quando o os interesses econômicos prevalecem sobre a razão e a responsabilidade. A situação é uma amostra do que pode ocorrer quando políticos negligenciam os alertas da comunidade científica e, mesmo assim, como ocorreu no Rio Grande do Sul, abrem brechas perigosas na legislação ambiental ou simplesmente ignoram a manutenção do sistema antienchentes.

Para o economista Paulo Robilloti, consultor em construção de cenários econômicos e setoriais e professor de economia do curso de graduação em Comunicação e Publicidade da ESPM, o setor público brasileiro não possui técnicas de gestão modernas para traçar cenários e antever o futuro.

“Minha provocação é a seguinte: até que ponto o poder público tem condições de, de fato, antever cenários diferentes e criar estratégias distintas? Porque o que a gente vê no Brasil é um setor público engessado, que não tem técnicas mais modernas de gestão”, disse durante entrevista ao programa ICL Mercado e Investimentos da quinta-feira passada (23), conduzido pelos economistas Deborah Magagna e André Campedelli.

“Essa questão do Rio Grande do sul coloca em relevo um ponto que a gente precisa atacar de maneira estrutural. (…) Quando a gente fala de cenários futuros, é muito comum até para nós, economistas, trabalharmos basicamente com um cenário e outros cenários girarem ao redor desse cenário base. No fundo, estamos trabalhando apenas com um cenário, e tem um problema quando a gente trabalha conceitualmente com um cenário apenas e faz apenas alterações quantitativas nos demais cenários, pois você não gera uma capacidade de antever”, disse.

Segundo ele, na Inglaterra, todo o setor público trabalha com vários cenários possíveis. “Eles trabalham não é com previsão, é com antecipação (…). E, quando a gente trabalha com antecipação, a gente não está preocupado em cravar os cenários, a gente está mais preocupado em orientar possibilidades. Quando a gente orienta possibilidades, cria políticas públicas antecipando-se a possíveis catástrofes”, observou.

 

Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:

 

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos

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