Em dia de divulgação da ata do Fomc, índices futuros dos EUA e bolsas mundiais operam no campo negativo

Segundo dados de uma pesquisa com agentes do mercado financeiro, a maioria deles continua apostando (67%) em uma pausa no aperto monetário, mas as apostas em uma nova alta de 25 pontos-base cresceram para 32%
24 de maio de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos amanheceram no campo negativo nesta manhã de quarta-feira (24), com os investidores à espera da divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee ou comitê de política monetária dos EUA), na qual a taxa de juros do país foi elevada em 0,25 ponto percentual.

A minuta do Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos, será divulgada ainda hoje, e deve fornecer sinais dos próximos passos da autoridade monetária nos próximos meses.

Segundo dados de uma pesquisa com agentes do mercado financeiro, a maioria deles continua apostando (67%) em uma pausa no aperto monetário, mas as apostas em uma nova alta de 25 pontos-base cresceram para 32%.

Outro tema no radar dos investidores é a negociação em torno do aumento do teto da dívida do governo norte-americano, que vence agora em junho.

O presidente Joe Biden tem empreendido esforços na negociação com os parlamentares do partido republicano para conseguir ter elevado o teto e, assim, evitar os riscos de um possível default (calote) da dívida, mas os dois lados ainda não conseguiram chegar a um acordo.

O partido de oposição cobra de Biden redução de gastos do governo, o que pode implicar diminuição de investimentos em projetos importantes para o governo do democrata. O impasse continua.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (23) em queda pressionado pela queda das ações da Vale. O dia foi mais uma vez marcado pelas expectativas em relação à renegociação das dívidas norte-americanas e à votação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,26%, aos 109.928 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores continuaram atentos com a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos. Anteontem (22), o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, Kevin McCarthy, se reuniram para falar sobre as prioridades de seus partidos dentro dessa renegociação, mas ainda não chegaram a um acordo.

Nas negociações do dia, o  dólar ficou estável, com alta de 0,03% frente ao real, a R$ 4,972 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no campo negativo, com os investidores também repercutindo o impasse nas negociações sobre o teto da dívida dos EUA.

Das notícias da região, a inflação (IPC) no Reino Unido do IPC ficou em 8,7% na comparação anual, abaixo dos 10,1% em março. Contudo, ficou acima de uma estimativa de consenso de 8,2% de uma pesquisa com economistas.

O indicador foi impactado principalmente pela queda nos preços da energia, após terem sofrido forte impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Desse modo, a possibilidade de recessão no Reino Unido este ano foi descartada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo Banco da Inglaterra.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,50%
DAX (Alemanha), -1,22%
CAC 40 (França), -1,43%
FTSE MIB (Itália), -1,89%
STOXX 600, -1,34%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo nesta manhã de quarta-feira, com impasse sobre as negociações do teto da dívida norte-americana e com os investidores à espera da divulgação da ata do Fomc.

Além desses dados, está no radar dos investidores mais anúncios de resultados coroporativos, como a varejista de roupas American Eagle Outfitters e a gigante de semicondutores Nvidia.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,24%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,11%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,08%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam no terreno negativo, com o Shanghai Composite, da China, tendo queda de 1,28%, aos 3.204,75 pontos, seu nível mais baixo desde 13 de janeiro.

Dos dados econômicos divulgados na região, o sentimento empresarial dos fabricantes japoneses tornou-se positivo pela primeira vez este ano, segundo pesquisa Reuters Tankan de maio.

Já o Banco da Central da Nova Zelândia aumentou sua taxa básica de juros em 25 pontos-base para 5,5% na quarta-feira. Este é o 12º aumento consecutivo da taxa desde outubro de 2021.

Shanghai SE (China), -1,28%
Nikkei (Japão), -0,89%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,62%
Kospi (Coreia do Sul), 0,00%
ASX 200 (Austrália), -0,63%

Petróleo

As cotações do petróleo sobem no mercado internacional, repercutindo expectativas sobre aperto na oferta da commodity, depois que os suprimentos de petróleo e combustível dos EUA diminuíram e como um alerta do ministro da energia saudita aos especuladores aumentou a perspectiva de novos cortes de produção da Opep +.

Petróleo WTI, +1,36%, a US$ 73,90 o barril
Petróleo Brent, +1,16%, a US$ 77,77 o barril

Agenda

O destaque da agenda internacional desta quarta-feira é a divulgação da ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), nos EUA.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem (23), por 372 votos a 108, o texto-base do projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), regra que substitui o teto de gastos. Ainda faltam destaques a serem votados, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (24). Após essa etapa, o texto seguirá para o Senado. Na seara econômica, saem os dados do fluxo cambial semanal e o relatório mensal da Dívida Pública de abril.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e o InfoMoney

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