Governo garante aumento do salário mínimo acima da inflação em 2024

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou de dar aumento real do salário mínimo a partir de 2020. Atualmente, nova fórmula de reajuste está em debate no Ministério do Trabalho. Governo tem defendido implementar uma política de valorização
18 de abril de 2023

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou na segunda-feira (17) que o salário mínimo deve ter aumento acima da inflação, em 2024, por ser uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O valor de R$ 1.389 representa um avanço de 5,2% ao ser calculado sobre o salário mínimo de R$ 1.320 prometido por Lula para ser aplicado a partir de 1º de maio.

“É óbvio que não há menor chance de o presidente [Lula], no ano que vem, não dar aumento real do salário mínimo. Que se tire de qualquer lugar, mas o presidente não vai descumprir uma promessa de campanha”, disse a ministra, ao apresentar os números do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, enviado na última sexta-feira (14) ao Congresso Nacional.

O governo Jair Bolsonaro (PL) deixou de dar aumento real do salário mínimo a partir de 2020. Atualmente, uma nova fórmula de reajuste está em debate no Ministério do Trabalho e Emprego e o governo tem defendido implementar uma política de valorização.

Simone Tebet explicou que, no PLDO, a equipe econômica trabalhou com um piso para o salário mínimo, mas, se houver a aprovação no novo arcabouço fiscal, haverá incremento de receitas e cortes de despesas e, consequentemente, espaço para ganho real.

Salário mínimo no próximo ano será de R$ 1.389, com base apenas na reposição pelo INPC

juros; reajuste, salário mínimo, economia do Brasil, real, atividade econômica e a política de valorização do salário mínimo

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Pelo PLDO de 2024, o salário mínimo no próximo ano será de R$ 1.389, com base apenas na reposição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 2023.

Em entrevista à imprensa, Simone Tebet ainda falou sobre a concessão de benefícios fiscais a determinados setores da economia brasileira. “A gente lembra muito das renúncias [fiscais] legítimas, outras, nem tanto, que perduram ao longo dos anos. Não esqueçamos de fazer um recorte do quanto foram desoneradas as receitas, no ano passado, em processo eleitoral, e que podem rapidamente ser reoneradas”, disse ela, ao lembrar, entre outras, a desoneração dos combustíveis, em 2022.

Para a ministra, são necessárias a recomposição da base tributária e a revisão de desonerações concedidas em 2022. “Algumas medidas eleitoreiras, do ano passado, de um ano e meio, de dois anos atrás, foram feitas sem nenhum planejamento, sem nenhuma análise do custo-benefício.”

Na coletiva sobre o PLDO, o secretário da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, Robinson Barreirinhas, disse, ainda, que estão sendo discutidas medidas para alcançar o superávit primário, entre as quais a revisão de desonerações para corrigir distorções. “Temos um sistema tributário perverso: os pobres pagam muito e os ricos pagam pouco.”

O secretário Barreirinhas destacou como está sendo pensada pela área econômica do governo Lula. “Toda a discussão em relação à reforma tributária foca na enorme carga tributária sobre o consumo, que é muito alta. São quase 50% da carga sobre o consumo, o que acaba onerando muito os mais pobres”. E falou sobre objetivo do Ministério da Fazenda. “É uma meta enfrentar essa situação, seja estruturalmente, por meio da reforma tributária, seja por esse caminho de fechar essas brechas [na isenção de tributos].


Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil e da Folha de S Paulo

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.