A balança comercial brasileira registrou, até a metade de julho, superávit. O saldo positivo é de US$ 3,79 bilhões, resultado de US$ 16,97 bilhões em exportações e de US$ 13,18 bilhões em importações. Isso fez com que o resultado da balança comercial acumulado de janeiro até o dia 15 de julho chegasse a US$ 38 bilhões, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, e compilados no Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado, produzido pelos economistas do ICL.
“O espaço deixado pela Ucrânia para venda de milho tem sido bem aproveitado pelos agricultores brasileiros e, mesmo com um cenário incerto persistindo na China, pela primeira vez, em meses, ocorreu melhora na indústria extrativa diante de um avanço nas exportações em relação ao mesmo período do ano anterior”, avaliam os economistas do ICL André Campedelli e Deborah Magagna.
O superávit da balança comercial de 2,7% apontado até a metade deste mês é superior ao do mesmo período de 2021. Já o volume de superávit acumulado de janeiro a 15 de julho teve queda de 7,8% em relação à mesma do ano passado.
Segundo os economistas do ICL, os aumentos neste mês ocorreram nos três eixos principais, “o que pode ser um bom sinal para a economia brasileira como um todo”. “Essa é, junto à produção agropecuária, uma das principais apostas para um crescimento econômico brasileiro neste ano e deve ser um dos setores mais dinâmicos da nossa economia até o final do ano, ainda que apresentando resultados abaixo dos que foram registrados no ano anterior”, explicam André e Deborah.
De janeiro a 15 julho de 2022, as exportações cresceram 20,3%, somando US$ 181,10 bilhões. As importações, por sua vez, aumentaram 30,9%, totalizando US$ 143,00 bilhões.
Como consequência desses resultados, a balança comercial apresentou superávit de US$ 38,10 bilhões , com queda de 7,8% ante o mesmo intervalo do ano passado. A corrente de comércio registrou aumento de 24,8%, atingindo US$ 324,10 bilhões.
Balança comercial mostra que o Brasil se beneficia de vácuo deixado pela Ucrânia
Crédito: Envato
Utilizando a média diária de produção, podemos comparar os períodos de julho de 2021 e de 2022 na balança. O mês de julho de 2022, até o momento, tem se mostrado melhor do que o de 2021. Em termos gerais, a agricultura melhorou 65,98%, com alta de 57,81% do saldo de soja vendido; 89,85% de melhora para o café e 183,3% para o milho.
Isso mostra que o Brasil vem se aproveitando do vácuo comercial deixado, há alguns meses, pela economia ucraniana, importante vendedora de milho para a Europa. O Brasil tem expandido cada vez mais sua participação nesse segmento.
Apesar do resultado geral positivo da balança comercial, o setor registrou algumas baixas, principalmente do algodão, que teve queda de 32,5%, e de frutas, que caíram 13,95%.
A indústria extrativa, por sua vez, é uma das que mais vem sofrendo durante o ano e teve um de seus primeiros resultados positivos na balança comercial, pelo menos até meados deste mês de julho. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, o ramo teve alta de 2,63%, com aumentos de 98% na venda de petróleo, de 66,1% no minério de cobre, de 30,6% no carvão e de 111% nos outros minerais.
A decepção se deu na venda de minério de ferro, um dos mais demandados pela economia chinesa, a qual, inclusive, não vive seu melhor momento. A commodity registrou baixa de 39,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A melhora, ainda que marginal, da economia chinesa nas últimas semanas, gerou certo fôlego para o setor e maior demanda por petróleo com as sanções à Rússia, o que ajudou o registro de números mais positivos para a indústria nesse momento.
Por fim, a indústria de transformação apresentou um crescimento de 38,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve um grande aumento na exportação de óleo combustível, de 103,8%; das gorduras e óleos, de 188%; dos açúcares, de 65,3%; das carnes bovina e de aves, de 31,8% e 38,6%, respectivamente; da celulose, de 32,1%; e do farelo de soja, de 15,5%.
Não foram observados no levantamento sobre a balança comercial setores com resultados negativos nesse ramo industrial quando comparados ao mesmo período do ano anterior.
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior, Ministério da Economia.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”, distribuído aos assinantes do Portal ICL
