A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,711 bilhões em junho, informou o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) nesta quinta-feira (4). O resultado melhorou a estimativa oficial para o saldo de 2024.
O resultado representa queda de 33,4% em relação ao mesmo mês de 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 10,1 bilhões. O maior saldo para o mês se deu em 2021, quando o superavit foi de US$ 10,4 bilhões.
O superávit caiu devido à queda no preço da soja e do milho e pelo aumento na importação de veículos elétricos.
No acumulado do ano até junho, houve queda de 5,2% no superávit (US$ 42,3 bilhões). O resultado fica abaixo dos US$ 44,6 bilhões alcançados no mesmo período em 2023.
Ainda assim, ao fazer sua revisão trimestral de projeções para o ano, o Mdic estimou que a balança comercial fechará 2024 com um saldo positivo de US$ 79,2 bilhões, ante previsão anterior de superávit de US$ 73,5 bilhões.
Mesmo com a melhora, o resultado previsto é 19,9% menor que o observado em 2023, quando houve superávit de US$ 98,9 bilhões.
“Seria um saldo comercial menor que o de 2023, mas o segundo maior saldo da história”, afirmou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão.
O resultado de 2024 será composto de US$ 345,4 bilhões em exportações, acima dos US$ 332,6 bilhões estimados em abril, enquanto as importações ficariam em US$ 266,2 bilhões, contra US$ 259,1 bilhões projetados há três meses.
Balança comercial: exportações batem recorde no primeiro semestre de 2024
As exportações brasileiras bateram recorde no primeiro semestre de 2024, alcançando US$ 167,6 bilhões, segundo os dados divulgados.
Somente no mês de junho, as vendas ao exterior somaram US$ 29 bilhões, com destaque para o setor da Indústria Extrativa, que registrou um aumento de 15,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Já as importações brasileiras em junho totalizaram US$ 22,3 bilhões, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do semestre, as compras do exterior somam US$ 125,3 bilhões, alta de 3,9% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Em junho, a Indústria Extrativa apresentou crescimento de 15,3% nas exportações, enquanto a indústria de transformação teve retração de 6,8%, e agropecuária, redução de 3,7%.
No acumulado do semestre, a Indústria Extrativa registrou alta de 21,5% nas exportações, enquanto a Agropecuária teve queda de 8,4%, e a indústria de transformação recuou 1,4%.
Já nas importações, no mês de junho a Agropecuária registrou crescimento de 50,7%, e a Indústria de Transformação, aumento de 15,2%, enquanto na indústria extrativa, as compras no exterior caíram 4.6%.
No acumulado do ano, destaque para aumento das importações em Agropecuária (26,4%) e na Indústria de Transformação (4,2%), e queda nas compras internacionais na Indústria Extrativa (-4,4%).
As novas previsões para o fechamento do ano de 2024 apontam para novo recorde anual das exportações: US$ 345,4 bilhões, o que representa crescimento de 1,7% em relação a 2023.
Em relação às importações, a Secretaria de Comércio Exterior projeta aumento de 10,6%, somando US$ 266,2 bilhões.
Do lado das importações, o destaque ficou com as compras de bens de consumo, especialmente automóveis de passageiros, que registraram alta de 432% no mês, atingindo quase US$ 2 bilhões, o que pode indicar uma antecipação de estoques em meio ao processo de elevação do imposto de importação sobre esses produtos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias