Balança de pagamentos mostra redução de déficit e aumento do investimento direto

Na conta de capitais, houve uma melhora considerável no nível de investimentos diretos no país
6 de maio de 2022

As estatísticas da Balança de Pagamentos brasileira para o mês de fevereiro, divulgadas pelo Banco Central, mostram déficit reduzido no acumulado de 12 meses com resultado de US$ 26,6 bilhões, decorrente de um déficit de US$ 2,4 bilhões em fevereiro de 2022, valor menor do que o observado no mesmo período do ano anterior, que foi de US$ 4 bilhões. Com o valor, o déficit que se encontrava em 1,7% do PIB em janeiro diminuiu 1,59% do PIB.

O déficit foi resultado de um saldo negativo na conta de transações correntes. Os economistas do Boletim Economia para Todos, André Campedelli e Deborah Magagna, analisaram os dados e explicam que, entre os itens mais importantes desta rubrica, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 3,5 bilhões e atingiu um acumulado no ano de US$ 2 bilhões, ante um resultado negativo de US$ 2,9 bilhões para o mesmo período do ano anterior.

No entanto, os demais itens da conta apresentaram déficit, como foram os casos dos saldos com viagens internacionais, com déficit de US$ 740 milhões, do pagamento com seguros, de US$ 119 milhões, do pagamento de lucros, de US$ 5,4 bilhões e do pagamento com juros, de US$ 4,4 bilhões.

No saldo de lucros houve piora, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, com US$ 2,9 bilhões. Por outro lado, o pagamento dos juros melhorou, em que o saldo era de US$ 5,4 bilhões.

Resultado negativo na balança de pagamentos e o elevado nível cambial da economia brasileira

Na conta de capitais, houve uma melhora considerável no nível de investimentos direto no país, com entrada de US$ 11,8 bilhões no mês de fevereiro, maior valor registrado desde janeiro de 2017. Com isso, o valor acumulado em 12 meses alcançou US$ 50,7 bilhões, que corresponde a 3,09%.

O capital foi resultado de uma entrada de US$ 12,2 bilhões em participação de capital na economia brasileira. Para Campedelli e Magagna, os números demonstram que, com a situação entre Rússia e Ucrânia, o capital internacional está cada vez mais procurando locais seguros com alta rentabilidade de curto prazo, e o Brasil é um dos destinos preferidos deste tipo de capital atualmente.

Na análise, os economistas do ICL resumem que “o resultado negativo na balança de pagamentos ajuda a entender o elevado nível cambial que a economia brasileira ainda vive, mesmo com a taxa de câmbio se reduzindo por um período específico nas últimas semanas. A boa notícia foi a elevação do nível de investimento direto no país, ainda que para aquisição de capital já instalado, ou seja, via compra de ações na bolsa de valores”.

Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos Mestre Investidor

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