Em comunicado divulgado nesta quarta (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75%. Pelo terceiro encontro consecutivo, não houve alteração na taxa Selic. O ciclo de 12 altas seguidas na Selic começou em março de 2021 e só foi interrompido na reunião de 21 de setembro de 2022. De lá até agora, a taxa de juros está em 13,75%. A maioria dos analistas e economista previam a continuidade da taxa Selic no atual patamar, nível mais alto desde 2017, informa a reportagem do Infomoney.
Apesar de não haver aumento da taxa Selic desde setembro, o Brasil segue na liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.
Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,33%, os juros reais ficaram em 8,16% – suficientes para manter o Brasil no topo da lista, acima de México, Chile e Hong Kong.
O BC iniciou o governo Bolsonaro com a taxa de juros em 6,5% ao ano. Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, a taxa básica de juros foi reduzida para 2% ao ano, menor patamar da história. Devido às pressões inflacionárias, diante de medidas eleitoreiras do atual mandatário do país, o Copom decidiu manter a Selic.
De acordo com o comunicado do Copom ao mercado , “o Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024”.
Sobre as incertezas fiscais, consta no comunicado que “o Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.
Copom mantém taxa Selic em cenário de elevada inflação ao consumidor
O Banco Central, por meio do comunicado do Copom sobre a taxa Selic, “reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz o texto. Enfatizou que passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Em relação ao ambiente externo se mantém “adverso e volátil”, de baixo crescimento global e inflação alta, o comunicado afirma que “a política monetária nos países avançados em direção a taxas restritivas e a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais requerem maior cuidado por parte de países emergentes”.
Sobre a economia brasileira, os indicadores recentes corroboram com um cenário de desaceleração já esperado pelo Copom. “Apesar da queda recente, especialmente em itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a inflação ao consumidor continua elevada” , consta no comunicado. “As diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias