O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que o processo de desinflação no Brasil ainda não acabou e que é preciso convergir a inflação para a meta. Disse que é preciso avançar com calma na política monetária. A informação foi dada durante comentários gravados para o Global Emerging Markets Summit 2023, promovido pela Moody’s na quinta-feira (25). A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Vale ressaltar que o IPCA de abril foi de 0,61%, ficando 0,10 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,71% registrada em março. No ano, o IPCA acumula alta de 2,72% e, nos últimos 12 meses, de 4,18%, abaixo dos 4,65% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo reportagem publicada pelo site Brasil 247, Campos Neto avisou que é preciso seguir adiante com paciência e serenidade. “Achamos que o processo de desinflação ainda não acabou e precisamos garantir que faremos a inflação convergir para a meta”, disse.
Os comentários gravados pelo presidente do Banco Central de Campos Neto vieram ainda em meio a críticas do governo ao atual sistema de metas de inflação, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendendo uma flexibilização do calendário de cumprimento dos objetivos. O presidente do Banco Central, por sua vez, várias vezes já defendeu a conjuntura atual de metas.
Oito em cada dez brasileiros acredita que taxa de juros alta, mantida pelo Banco Central, contribui para aumento do custo de vida
O Banco Central tem mantido a taxa Selic no atual nível de 13,75% há meses. A taxa Selic está no mesmo patamar desde agosto de 2022, mesmo em meio a repetidas críticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às condições monetárias apertadas.
A pesquisa “Monitor Global da Inflação, feita pela Ipsos, mostra que oito em cada dez brasileiros (78%) acreditam que a taxa de juros contribui para o aumento do custo de vida no país.
Das 29 nações que integram a pesquisa, o Brasil ocupa a 6ª posição entre os países mais preocupados com a taxa de juros. Apenas Coreia do Sul (86%), África do Sul (83%), Austrália (83%), Suécia (80%) e Cingapura (79%) exibem porcentagens maiores.
Menos de 10% dos brasileiros acreditam estar em uma situação financeira confortável (8%). Entre os países que estão vivendo mais tranquilos financeiramente estão Suécia (22%), Estados Unidos (21%) e Índia (20%). A média global é de apenas 10%.
Na quinta-feira (25), dados do IBGE mostraram que o IPCA-15, considerado prévia do IPCA, desacelerou a 0,51% em maio, depois de avançar 0,57% em abril. No entanto, em 12 meses, o índice passou a acumular alta de 4,07%, de 4,16% em abril, resultado mais fraco nessa base de comparação desde outubro de 2020 (+3,52%).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do site Brasil 247