O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, anunciou, durante a Cúpula do Mercosul realizada no Museu do Amanhã ontem (7), a criação do fundo “Rotas para a Integração”. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a instituição e bancos de desenvolvimento da América Latina, e tem o objetivo de impulsionar a integração regional por meio de investimentos que poderão mobilizar até R$ 50 bilhões.
A declaração conjunta foi assinada pelo BNDES, o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o FONPLATA (Banco de Desenvolvimento da Bacia do Prata).
Os recursos destinados ao fundo incluem até U$ 3 bilhões da CAF, U$ 3,4 bilhões do BID, U$ 600 milhões do FONPLATA e U$ 3 bilhões do BNDES, com estes últimos exclusivamente direcionados para projetos no Brasil, principalmente no setor de infraestrutura.
O presidente do BNDES destacou a amplitude da iniciativa, afirmando que “este é o maior fundo já construído para a integração da América do Sul e do Mercosul.”
Mercadante ainda enfatizou o papel do BNDES na gestão dos recursos dentro do Brasil, enquanto os organismos multilaterais cuidarão da fronteira para fora, financiando projetos como estradas, ferrovias, pontes, portos, hidrovias e redes de fibra ótica de integração regional.
Durante a cerimônia, também foi assinado um Memorando de Entendimento (MoU) entre BNDES e CAF, formalizando a colaboração entre as duas instituições nos temas de cooperação financeira, apoio a projetos de interesse comum, garantias, powershoring e outras áreas estratégicas.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou a importância da parceria entre os países da região. “Isso tudo não é possível sem dinheiro. Do lado do Brasil, nós temos o BNDES. E teremos como parceiros BID, CAF e FONPLATA. Sem essa parceria, nada disso seria possível. Vamos caminhar juntos rumo à integração regional da América do Sul e da América Latina […] Esta é a possibilidade real de concretude dessas rotas até 2026”, afirmou.
Ela mencionou que 124 obras relacionadas ao Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já estão no Orçamento brasileiro.
BNDES assume, em dezembro, presidência do D20, grupo bancário mundial
O BNDES vai assumir, ainda este mês, a presidência do D20, o grupo das 20 maiores instituições financeiras de longo prazo do mundo, que são aquelas que têm baixa dependência de liquidez de curto prazo graças a recursos estáveis.
O banco foi eleito por unanimidade para dois anos de mandato e dará foco a projetos na área de transição energética.
“Esse espaço talvez seja um dos mais relevantes para pensarmos uma estratégia capaz de enfrentar essa dramática crise climática que estamos atravessando. Temos um grande desafio na transição energética e na descarbonização da indústria. Isso deveria estar no topo das nossas prioridades”, disse Aloizio Mercadante, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
A eleição do BNDES para comandar o D20 se deu durante a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Mercadante integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No comando do grupo, o BNDES promete liderar, junto ao BEI (Banco Europeu de Investimento), articulações com o setores público e privado para investimentos em infraestrutura.
Além disso, quer o desenvolvimento de projetos que acelerem a transição para cidades inteligentes e sustentáveis, de acordo com comunicado do banco público antecipado ao Estadão.
Redação ICL Economia
Com informações do Brasil 247 e de O Estado de S.Paulo