Futuros dos EUA em baixa na expectativa de divulgação da ata do Fed. Bolsas asiáticas sentem o baque dos dados chineses

Na semana passada, dados abaixo do esperado da inflação ao consumidor e ao produtor podem indicar que o Fed será menos agressivo no aumento da taxa de juros
15 de agosto de 2022

As bolsas norte-americanas estão operando em baixa nesta segunda-feira (15), na expectativa da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed (Federal Reserve), na quarta-feira (17). Outros indicadores importantes também estão no horizonte, agitando os mercados a respeito de como a autoridade monetária vai conduzir a política de aumento dos juros, se ela permanecerá agressiva ou não.

Na semana passada, a inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) veio um pouco menor em julho em relação a junho e a inflação do produtor (PPI) mostrou uma queda surpreendente, de modo que os preços de importação caíram mais do que o esperado. Por essa razão, espera-se que o Fed ainda mantenha o ciclo de alta da taxa de juros, mas de modo menos agressivo.

Outros indicadores econômicos importantes previstos para esta semana são os resultados de grandes varejistas, incluindo Home Depot, Walmart e Target, que podem indicar como a inflação, que chegou à casa dos 9,1% em junho, a maior em 40 anos, e em 8,5% no encerramento de julho no acumulado de 12 meses, pode ter afetado os negócios dessas grandes empresas.

De seu lado, as bolsas asiáticas fecharam de modo misto após a divulgação dos dados da produção industrial chinesa, que vieram piores que o esperado, e um corte surpresa nas taxas de juros.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão em alta, na sexta-feira passada (12), acompanhando o dia positivo nos mercados externos. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 2,78%, a 112.764 pontos. Com o resultado, o Ibovespa subiu 5,91% na semana e acumula avanço de 9,31% no mês. No ano, a alta é de 7,58%.

O principal indicador da bolsa brasileira acompanhou as expectativas em relação à trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos, se o Fed manterá ou não um ciclo de aperto monetário mais agressivo.

O dólar fechou em queda de 1,63%, cotado a R$ 5,073 na compra e a R$ 5,074 na venda. Na semana, acumulou queda de 1,83%.

Europa

Os mercados europeus operam com leves ganhos nesta manhã, depois que as bolsas europeias fecharam em alta na sexta-feira passada, com os investidores digerindo dados econômicos da região, após a divulgação de dados importantes, a saber: leitura preliminar do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre do Reino Unido, inflação de julho da França, Espanha e Itália e produção industrial da zona do euro para junho.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,13%

DAX (Alemanha), +0,08%

CAC 40 (França), +0,19%

FTSE MIB (Itália), +0,49%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (15) depois que alguns dados positivos de inflação ajudaram os principais indicadores a subir e antes de uma grande semana de ganhos para varejistas. Índices como o S&P 500, Nasdaq Composite e o Dow Jones subiram próximo de 3% na semana passada, impulsionados por dados econômicos que sugeriram que as pressões inflacionárias podem estar diminuindo um pouco.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,38%

S&P 500 Futuro (EUA), -0,45%

Nasdaq Futuro (EUA), -0,45%

Ásia

Por sua vez, os mercados asiáticos fecharam mistos nesta segunda-feira (15) depois da divulgação dos dados frustrantes da produção industrial e vendas no varejo da China para julho. Além disso, o Banco Popular da China cortou uma taxa de juro de referência para estimular a economia.

Shanghai SE (China), -0,02%

Nikkei (Japão), +1,14%

Hang Seng Index (Hong Kong), -0,67%

Kospi (Coreia do Sul), fechado por feriado

Petróleo

As cotações do petróleo abrem a semana em baixa após a Saudi Aramco afirmar que está pronta para aumentar a produção enquanto a de outras plataformas offshore do Golfo do México estar sendo retomada após uma breve interrupção na semana passada.

A Saudi pretende aumentar a produção de petróleo bruto para sua capacidade máxima de 12 milhões de barris por dia (bpd) se solicitado pelo governo da Arábia Saudita.

Petróleo WTI, -2,30%, a US$ 89,97 o barril

Petróleo Brent, -2,16%, a US$ 96,03 o barril

Agenda

A agenda internacional traz dados relevantes nesta semana, sendo o principal deles a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, o Banco Central americano, prevista para quarta-feira (17). Em seu último encontro, a autoridade monetária elevou o ritmo de aperto, subindo os juros em 75 pontos-base.

Por aqui, no Brasil, no campo político, começa oficialmente a campanha dos candidatos que concorrem às eleições de outubro. A partir de quinta-feira (18), eles vão poder distribuir cartazes, panfletos e fazer anúncios na internet. Já no âmbito econômico, o IBC-Br, conhecido como “prévia do PIB”, é o destaque da agenda doméstica. O indicador, referente a junho, será divulgado hoje (15). A previsão do mercado é de alta de 0,3% na comparação com maio. Nesse mesmo dia sai o primeiro Relatório Focus, com as previsões para a economia, após a deflação de 0,68% do IPCA de julho.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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