As bolsas internacionais estão operando de modo cauteloso na manhã desta quarta-feira (24), véspera do início da reunião de dirigentes do Fed (Federal Reserve) em Jackson Hole, Wyoming, a partir de amanhã (25). Os índices futuros de Nova York estão operando perto da normalidade nesta manhã, enquanto os mercados asiáticos fecharam sem direção definida.
Os investidores aguardam com expectativa pelo discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, na sexta-feira (26), o qual pode dar indicações de como a autoridade monetária conduzirá a política de juros, que tem poder de interferir nas economias em escala mundial.
Ao longo das últimas semanas, dirigentes da autoridade monetária têm feito discursos contraditórios, deixandos os mercados confusos sobre se o Fed manterá ou não uma política mais agressiva de aumento da taxa de juros dos EUA. Há quem acredite que, em seu discurso, Powell defenderá o abrandamento do aumento da taxa, uma vez que os dois últimos reajustes para cima foram em 75 pontos-base. Algumas apostas são de que, em setembro, a elevação ficará nos 50 pontos-base, mas isso ainda é uma incógnita, pois a inflação dos EUA continua alta.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (23) em alta, em meio à recuperação das commodities com as perspectivas de que a China mantenha forte demanda por esses insumos. Agentes financeiros estão voltados ainda para a decisão do Fed (banco central norte-americano) no fim da semana. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 2,13%, aos 112.857 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, os preços do minério de ferro, um dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil, e do aço na China subiram na terça-feira, com o último corte da taxa de empréstimo do governo chinês impulsionando o sentimento do mercado, enquanto a demanda parecia destinada a melhorar antes da alta temporada para construção.
O dólar comercial fechou em queda de 1,31%, cotado a R$ 5,099 na compra e na venda.
Europa
Os mercados europeus operam em baixa nesta quarta-feira, diante da expectativa pelo simpósio de Jackson Hole.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,34%
DAX (Alemanha), +1,27%
CAC 40 (França), +1,20%
FTSE MIB (Itália), +1,06%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA estão operando próximos à estabilidade, após caírem por três sessões consecutivas, com investidores aguardando pela fala do presidente do Fed em Jackson Hole.
O termômetro dos mercados andam oscilando para o negativo em uma semana nervosa diante da expectativa do que Jerome Powell, presidente do Fed, vai falar na sexta-feira. As decisões da autoridade monetária serão cruciais para poder reduzir a inflação dos EUA, que está nos maiores níveis em quatro décadas.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,07%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,03%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,02%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida nesta quarta-feira (24), depois que o Dow Jones e o S&P 500 registraram seu terceiro dia de perdas consecutivas nos EUA.
O índice de Shanghai, da China, caiu 1,86%, fechando em 3.215,20. O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,07%. Um dos motivos foi que a fabricante de veículos elétricos Xpeng despencou mais de 12% depois de reportar uma perda trimestral maior do que o esperado.
Shanghai SE (China), +2,41%
Nikkei (Japão), +1,75%
Hang Seng Index (Hong Kong), +4,01%
Kospi (Coreia do Sul), +1,03%
Petróleo
As cotações do petróleo estão em trajetória ascendente, estendendo ganhos de mais de 3% na sessão anterior, diante das preocupações de um corte iminente na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Apesar disso, há garantias do Ministério de Energia da Arábia Saudita de que a Opep+ tem os meios para lidar com desafios que incluem corte de produção.
Petróleo WTI, +1,33%, a US$ 94,99 o barril
Petróleo Brent, +1,31%, a US$ 101,53 o barril
Agenda
Nos EUA, serão divulgados os pedidos de bens duráveis de julho. O consenso Refinitiv aponta para alta mensal de 0,6% na comparação com junho. Também saem os dados das moradias pendentes de julho, para o qual o consenso Refinitiv aponta para baixa mensal de 4% em relação a junho; e os estoques de petróleo semanal.
Por aqui, no Brasil, o campo político está todo voltado para a movimentação dos candidatos à Presidência da República. Depois do presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira (22), amanhã (25), será a vez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentar na bancada do JN. No âmbito econômico, sai hoje a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à primeira metade de agosto. O consenso Refinitiv aponta para recuo de 0,81% na base mensal e alta de 9,5% na base anual.
Redação ICL Economia
Com informações das agências