As bolsas mundiais operam mistas, nesta manhã de terça-feira (31), assim como os índices futuros, com os investidores à espera do início da reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que deve anunciar amanhã (1º) a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos.
Por aqui, a expectativa também é para o início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que deve anunciar nesta “Super Quarta” redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), de 12,75% para 12,25% ao ano.
Nos Estados Unidos, as taxas de depósitos futuras do Fed sugerem uma probabilidade de aproximadamente 98% de que o banco central norte-americano manterá as taxas, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Na Ásia, onde as bolsas encerraram o pregão sem direção única, o Nikkei encerrou a sessão em alta após o Banco do Japão (BOJ) ter anunciado a manutenção de sua taxa de empréstimo de curto prazo. Além disso, a autoridade monetária japonesa também tornou mais flexível a sua política de controle da curva de rendimentos.
Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China para outubro atingiu 49,5, contra uma expectativa de pesquisa da Reuters de 50,2.
Na Europa, os mercados operam no positivo enquanto os investidores avaliam uma série de dados econômicos e lucros corporativos.
Brasil
O fechamento da Bolsa brasileira se descolou do movimento externo, na segunda-feira (30). O Ibovespa fechou em baixa de 0,68%, aos 112.531 pontos. As perdas, no entanto, foram limitadas pelo avanço das commodities metálicas.
Pesou no humor do mercado financeiro brasileiro as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tentou contemporizar as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira passada (27), de que dificilmente a meta de déficit fiscal zero, em 2024, será cumprida.
Outro fator que pesou, mas em menor grau, foi o resultado do IGP-M de outubro, conhecido como inflação do aluguel, que registrou alta de 0,50% neste mês, mas com sinal de desaceleração na comparação com o mês anterior.
O dólar terminou cotado a R$ 5,0469, com alta de 0,67%.
Europa
As bolsas da Europa operam no campo positivo, com os investidores repercutindo uma série de dados econômicos.
A inflação da França atingiu 4% em termos anuais em outubro, abaixo dos 4,9% em setembro. A inflação da Alemanha foi estimada em 3,8% em outubro, o nível mais baixo desde agosto de 2021, enquanto os preços caíram 0,2% mês a mês numa base harmonizada da União Europeia.
O PIB (Produto Interno Bruto) preliminar do terceiro trimestre da zona do euro atingiu alta de 0,1% ante o ano anterior e -0,1% na base trimestral, abaixo do esperado. O consenso Refinitiv apontava para estabilidade na comparação trimestral e alta anual de 0,2%.
Por sua vez, o índice de preços ao consumidor de outubro ficou em 2,9%, abaixo da previsão do consenso Refinitiv, que era de alta anual de 3,1%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,25%
DAX (Alemanha), +0,52%
CAC 40 (França), +0,59%
FTSE MIB (Itália), +0,98%
STOXX 600, +0,51%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam sem direção única nesta terça-feira, com os investidores no aguardo da decisão da política monetária do Fed, que será divulgada amanhã (1º).
Dow Jones Futuro (EUA), +0,33%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,14%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,02%
Ásia-Pacífico
A maioria das bolsas da Ásia fechou em baixa, exceto o índice Nikkei, do Japão, que repercutiu as decisão sobre as taxas de juros de empréstimos do Banco do Japão.
Por outro lado, a moeda japonesa, o iene, enfraqueceu depois de o banco central do país ter mantido as taxas de juro estáveis e ter dito que permitiria mais flexibilidade na sua política de controle da curva de rendimentos.
O Banco do Japão disse que o nível-alvo do rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos será mantido em 0%, mas tomará o limite superior de 1% “como referência”.
Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial de outubro atingiu 49,5, abaixo do esperado pelo mercado (50,2).
Shanghai SE (China), -0,09%
Nikkei (Japão), +0,53%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,69%
Kospi (Coreia do Sul), -1,41%
ASX 200 (Austrália), +0,12%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem nesta manhã, antes das reuniões dos principais bancos centrais do mundo em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio. Ontem (30), o petróleo caiu mais de 3% depois que os ataques de Israel à Faixa de Gaza aumentaram.
Petróleo WTI, +0,72%, a US$ 82,90 o barril
Petróleo Brent, +0,74%, a US$ 88,10 o barril
Agenda
Nos EUA, investidores aguardam pelo índice de confiança do consumidor de outubro, que será divulgado às 11h (horário de Brasília).
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que atua no Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), protocolou uma representação para que a Corte acompanhe e avalie as “tomadas de decisões” do Ministério da Fazenda sobre a proposta de zerar o déficit primário no próximo ano. O TCU ainda precisa analisar se adota ou não a sugestão do representante do MP no tribunal. No documento, Furtado cita as recentes notícias envolvendo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o objetivo da equipe econômica, assim como a resposta dada ontem por Fernando Haddad. “Minha meta está mantida para buscar equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias”, disse o ministro da Fazenda. Na seara econômica, a agenda doméstica desta terça-feira será marcada pela PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O dia de hoje também é marcado pelo início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg