Bolsas mundiais operam no vermelho após PIB da China. Nos EUA, Livro Bege e indicadores econômicos estão no radar

No Brasil, também saem números do setor varejista de novembro, com consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,1% e de 2,1% na base anual.
17 de janeiro de 2024

As bolsas mundiais estão operando no campo negativo, nesta manhã de quarta-feira (17), após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre da China levemente abaixo do esperado. Além disso, os investidores estão repercutindo recentes falas de membros dos bancos centrais das principais economias do mundo, de que as taxas de juros não devem cair tão rapidamente como no passado diante dos índices inflacionários resilientes.

Para a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, as apostas agressivas em reduções de juros não ajudam na batalha contra a inflação. À Bloomberg News, ela disse ser “provável” que o BCE baixe as taxas no verão europeu (em meados do ano), a depender dos dados macroeconômicos e da dissipação de “incertezas” que ainda rondam as economias. Ontem (16), Christopher Waller, do Fed (Federal Reserve), pediu cautela quanto ao ritmo dos cortes.

Diante das falas, a precificação do mercado de swaps para um corte nas taxas do Fed em março caiu para cerca de 65%, contra 80% na sexta-feira passada. Ao mesmo tempo, no mercado se reduzem as apostas sobre o momento do primeiro corte de 0,25 ponto percentual pelo BCE: de abril, passou para junho.

Na Ásia, embora o PIB chinês tenha vindo abaixo do esperado, conforme já havia antecipado o premiê do país durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o gigante asiático atingiu sua meta econômica para 2023 com o aumento da produção industrial e dos investimentos na reta final do ano. O mercado foca, agora, nas medidas que o governo adotará para apoiar o crescimento no futuro.

Nos Estados Unidos, os investidores aguardam uma agenda cheia. Serão divulgados, por exemplo, o Livro Bege do Fed; vendas no varejo de dezembro, com o consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,4%; a produção industrial de dezembro, com projeção de estabilidade na comparação com novembro; e os estoques empresariais.

No Brasil, também saem números do setor varejista de novembro, com consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,1% e de 2,1% na base anual.

Ademais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que terá duas reuniões ainda nesta semana para discutir a MP que reonera folha de pagamentos. Uma das audiências será com o presidente Lula, e outra com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Brasil

A terça-feira (16) foi um dia de tombo generalizado no Ibovespa. O principal indicador da bolsa brasileira caiu 1,69%, aos 129.294 pontos, acompanhando a cautela que tomou conta dos mercados mundiais.

As preocupações com a escalada das tensões no Mar Vermelho, uma importante rota marítima no mundo, têm elevado os custos do transporte e impactando os preços do petróleo.

Hoje, os preços da commodity ficaram mistos nas duas principais referências, mas os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,10% e 1,24%.

Diante da importância dos acontecimentos no exterior e com a agenda de indicadores esvaziada por aqui, as atenções dos investidores ficaram voltadas para fora do ambiente interno, com a crescente incerteza sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e a volatilidade das commodities.

Já o dólar terminou o dia a R$ 4,9256, com alta de 1,22% no mercado à vista.

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, com os investidores repercutindo falas recentes de membros do Fed e se preparando para a divulgação das vendas no varejo de dezembro, um termômetro do comportamento do consumidor estadunidense.

Em outra frente, segue a temporada de balanços corporativos, com resultados de Charles Schwab, US Bancorp e Prologis.

O Livro Bege, que descreve as condições da economia norte-americana, incluindo detalhes como o ritmo da atividade comercial local, bem como as condições de emprego e contratação em cada um dos 12 distritos, e os dados dos estoques empresariais também estão programados para hoje, além da fala do presidente do Fed de Nova York, John Williams.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,27%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,42%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,74%

Europa

As bolsas da Europa também estão operando em baixa, com os investidores de olho nos acontecimentos do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Na frente de dados, a inflação no Reino Unido surpreendeu com um aumento para 4% em termos anuais em dezembro, ante 3,8% previsto por economistas.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,38%
DAX (Alemanha), -0,96%
CAC 40 (França), -1,19%
FTSE MIB (Itália), -0,90%
STOXX 600, -1,15%

Ásia

Exceto o índice Nikkei, do Japão, as bolsas da Ásia fecharam no vermelho hoje, após a divulgação do PIB e de outros dados econômicos importantes da China, que mostram uma recuperação fraca do país.

A economia chinesa cresceu 5,2% no 4º trimestre do ano passado, um pouco abaixo das expectativas de um crescimento de 5,3% previsto por analistas.

Shanghai SE (China), -2,09%
Nikkei (Japão), +0,40%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,40%
Kospi (Coreia do Sul), -2,47%
ASX 200 (Austrália), -0,29%

Petróleo

As cotações do petróleo caem à medida que o dólar mais forte compensa os riscos de perturbações no Mar Vermelho. Os conflitos em curso no Mar Vermelho aumentaram as preocupações dos petroleiros terem de evitar a área, aumentando os custos e a quantidade de tempo para entregas.

Petróleo WTI, -1,67%, a US$ 71,19 o barril
Petróleo Brent, -1,52%, a US$ 77,10 o barril

Agenda

Nos EUA, saem hoje os dados das vendas no varejo de dezembro, com o consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,4%; preços de importados de dezembro; produção industrial de dezembro, com expectativa de estabilidade na comparação com novembro; estoques empresariais; e o Livro Bege.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a renúncia fiscal com a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamento e com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) está estimada em R$ 32 bilhões para este ano, disse ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele deu os números após o governo refazer os cálculos do impacto das medidas. Haddad informou que se reunirá nesta quarta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os resultados das primeiras negociações em torno do tema com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O ministro também disse que conversará pessoalmente com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, nesta quinta (18) ou sexta-feira (19). Na agenda de indicadores, serão divulgados o IGP-10 de janeiro e as vendas no varejo de novembro, com o consenso LSEG prevê alta mensal de 0,1% e de 2,1% na base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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