O presidente Jair Bolsonaro anunciou a indicação do economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo e gás, para a presidência da Petrobras, em substituição ao general Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira (28).
Ainda à noite, em nota a Petrobras informou que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia (MME) e que, em data futura, deliberará sobre a indicação de Adriano Pires para a presidência da empresa. Segundo o documento, a próxima assembleia geral ordinária – que deverá acontecer em 13 de abril – avaliará substituições para a eleição de membros do conselho administrativo.
Adriano Pires é diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que presta serviços para empresas e associações de petróleo e gás. É defensor dos interesses das petroleiras estrangeiras, atuando junto à Petrobrás, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Congresso Nacional. Ele já defendeu a privatização da Petrobras como solução para os preços dos combustíveis e também é negacionista do pré-sal.
As estratégias de Bolsonaro
Com menos de um ano efetivamente no cargo, Silva e Luna deixa o posto após Bolsonaro, de olho nas eleições, dizer que discorda da política de preço da estatal. A preocupação do presidente e aliados é que a inflação pressionada pela disparada dos combustíveis diminua a taxa de aprovação do governo e, assim, reduza suas chances de reeleição.
No entanto, Bolsonaro age como fiador dessa política praticada pela Petrobras, que favorece apenas os acionistas e escolhe um novo presidente que também defende os atuais mecanismos para reajuste. Em seu perfil no LinkedIn, o novo presidente da Petrobras já destacou ser contrário à mudança na política de preços da Petrobras. Segundo ele, regras internas impedem alguma mudança que possa prejudicar os acionistas.
Em meio à notícia de troca no comando da estatal, o ex-presidente Lula debate nesta terça-feira (29) os impactos dos preços dos combustíveis e o futuro da Petrobras, em evento no Rio com transmissão online, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Lula já disse que é contra a atual política de preços da petroleira, aprovada em 2016, que repassa para o mercado interno as variações do dólar e do barril de petróleo. Recentemente, a Petrobras anunciou uma alta de 18,77% na gasolina e de quase 25% no óleo diesel.
A exoneração de Silva e Luna da Petrobras também ocorreu no mesmo dia em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão do cargo após o escândalo que envolver suposta corrupção com venda de facilidades em sua sua pasta.
Redação ICL Economia
Com informações das agências