Os brasileiros retiraram R$ 87,8 bilhões dos depósitos em caderneta de poupança em 2023, conforme dados divulgados, nesta segunda-feira (8), pelo Banco Central. A saída é menor que a do ano de 2022, quando a retirada de recursos dessa modalidade de investimentos somou R$ 103,237 bilhões.
Mas, segundo a autoridade monetária, o montante resgatado foi o segundo maior resgate líquido de recursos da poupança desde o início da série histórica, em 1995, considerando valores absolutos. O recorde negativo foi registrado justamente em 2022.
O resgate desses recursos aconteceu em um momento de juros e endividamento ainda relativamente altos no país.
De acordo com o BC, em 2023, os depósitos somaram R$ 3,82 trilhões e as retiradas totalizaram R$ 3,91 trilhões.
Com a retirada de recursos da poupança no último ano, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda para R$ 983 bilhões. Em dezembro de 2022, o volume total somou R$ 999 bilhões.
O mês de dezembro contribuiu para o resultado de 2023. A captação líquida da poupança (diferença entre entradas e saídas de recursos) foi positiva em R$ 13,77 bilhões no período, o que normalmente ocorre todo ano devido ao pagamento do 13º salário.
Retirada de recursos da poupança acontece em cenário de juros e endividamento altos
Apesar de quatro quedas da taxa básica de juros (Selic), a retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de juros ainda altos. Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano.
Indicadores também mostram que o endividamento da população segue elevado. Segundo o BC, ele somou 47,6% da renda acumulada nos doze meses até outubro deste ano.
Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito recuou para 3,4% em novembro, patamar ainda alto em termos históricos. A série do BC para esse indicador começou em março de 2011.
Investimento preferido pela maioria dos brasileiros, devido à facilidade, a caderneta de poupança segue com rendimento limitado. Com as regras vigentes, quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
Isso faz com que a poupança perca para outras aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs e, também, CDIs.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias