Brics confirma a adesão de Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã

O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (24), pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Os novos sócios entrarão oficialmente no bloco em 1º de janeiro de 2024. Acordo envolveu compromisso da China de apoiar participação mais representativa de Brasil, Índia e África do Sul no Conselho de Segurança da ONU.
24 de agosto de 2023

Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã foram convidados a entrar no Brics, grupo de países emergentes. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (24), pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Os novos sócios entrarão oficialmente no bloco em 1º de janeiro de 2024.

Criado em 2009, o bloco econômico é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com as novas adesões, o grupo passa a ter 11 membros, com forte presença no Oriente Médio e reforço nas representações da África e América Latina. De acordo com Ramaphosa, os novos sócios entrarão oficialmente no bloco em 1º de janeiro de 2024.

Com a nova composição, a população do grupo passa de 41% para 46% do planeta. Já o PIB por paridade de poder de compra do bloco será de 36,6% do total mundial. “Nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem, que acomoda a pluralidade econômica, geográfica e política do século 21”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para efeito de comparação, a participação do G7 (bloco das maiores economias do mundo) no PIB mundial é de 33%, também levando em consideração o poder de compra.

Em postagem em seu perfil oficial na rede social X (Twitter), o petista disse que o bloco continuará “sendo força motriz de uma ordem mundial mais justa e ator indispensável na promoção da paz, do multilateralismo e na defesa do direito internacional. Promoveremos a superação de todas as formas de desigualdade e discriminação. O Brics dá as boas-vindas aos novos membros neste importante compromisso”.

A adesão de novos membros foi um dos temas centrais da pauta da cúpula este ano. Mais de 20 países demonstram interesse em entrar no bloco, proposta defendida pela China, que busca um protagonismo na nova ordem mundial em contraponto aos Estados Unidos.

No entanto, tanto Lula quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa da cúpula, reforçaram que o fortalecimento do Brics não significa “antagonismo com outros fóruns”, até porque esses países integram alguns deles.

Adesão de novos países ao Brics foi fruto de intensa negociação, envolvendo até mesmo reforma da ONU

A adesão de novos sócios ao Brics foi fruto de intensa negociação na cúpula, que conta com as participação de Lula, Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia) e o mandatário da África do Sul. Vladimir Putin, da Rússia, participou virtualmente.

Ele não viajou a Joanesburgo devido a um mandado de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia. A África do Sul é signatária do tratado que criou a corte e, em tese, seria obrigada a prender o líder russo caso ele desembarcasse em território sul-africano.

A China, com apoio da Rússia e da África do Sul, atuou para abrir o Brics a praticamente todos os países que manifestaram interesse em aderir ao bloco. Por outro lado, Brasil e Índia defendiam expansão com critérios mais controlados.

No caso do Brasil, a mudança de ideia veio após a diplomacia brasileira ter conseguido o obter o compromisso da China de apoiar a reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil nutre, há anos, o desejo de ter um assento permanente no conselho. Desde 2021, o país voltou a ter assento rotativo.

No entanto, Pequim resistia a endossar mudanças no colegiado porque tem adversários regionais entre os candidatos: o Japão e a própria Índia.

Após o acordo, a declaração final da cúpula trouxe um reconhecimento mais forte às aspirações de Brasil, Índia e África do Sul, em assumirem papeis mais relevantes da ONU.

No texto negociado, os países do Brics apoiam uma reforma da ONU, inclusive do Conselho de Segurança, para torná-la mais “democrática, representativa, efetiva e eficiente”.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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