Cai previsão de crescimento da América Latina em função da guerra na Ucrânia, segundo agência da ONU

Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento faz alerta sobre a forte desaceleração que pode acontecer no Brasil, em função do extremo endurecimento da política monetária
25 de março de 2022

A economia da América Latina crescerá 2,3% em 2022, conforme a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, pela sigla em inglês),  o que indica queda de 0,3% na previsão feita seis meses atrás. A conferência ocorreu na quinta-feira (24).

Para o Brasil, a previsão foi reduzida, de 1,8% para 1,3%, mesmo índice do México, país para o qual se previa uma alta de 2,8%.

A redução das expectativas tem relação com os efeitos negativos provocados pela guerra da Ucrânia no panorama global. Os efeitos da alta dos preços dos combustíveis e dos alimentos poderiam, contudo, beneficiar países exportadores de matérias-primas, como a Argentina, que teve o crescimento revisado de 2,9%, previsto em setembro, para 4,6% no relatório de hoje.

“Embora os números de crescimentos tenham se reduzido substancialmente, com relação aos níveis alcançados na fase de recuperação da pandemia (boa parte do ano passado), os exportadores de energia e matérias-primas, importante parte da produção regional, seguirão tendo crescimentos que compensem a situação”, diz a nota da UNCTAD.

A agência da ONU destacou que o consumo das três principais economias da região, Argentina, Brasil e México, segue abaixo dos níveis anteriores à pandemia, enquanto outras apresentam forte recuperação, como no Chile e Colômbia.

Por outro lado, a recuperação do mercado de matérias-primas no ano passado permitiu a recuperação dos investimentos na Argentina, Brasil, Chile e Peru, depois da queda registrada em 2020, aponta o estudo apresentado hoje pela UNCTAD.

A agência fez um alerta sobre a forte desaceleração que pode acontecer no Brasil, “devido a um extremo endurecimento da política monetária” do país, assim como, possivelmente, na Argentina, diante da pressão da dívida externa.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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