Na esteira do Copom, Caixa e Banco do Brasil anunciam corte na taxa de juros do consignado. Ministros de Lula repercutem queda da Selic

A Caixa vai reduzir  a taxa de juros no consignado do INSS de 1,74% para a partir de 1,70% ao mês, a partir desta quinta-feira (3), enquanto o BB vai reduzir seus percentuais mínimos e máximos a partir de amanhã (4).
3 de agosto de 2023

Depois que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, ontem (2), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, ambos instituições públicas, anunciaram redução das taxas de juros do crédito consignado para beneficiários e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a partir desta quinta-feira (3).

A Caixa vai reduzir  a taxa de juros no consignado do INSS de 1,74% para a partir de 1,70% ao mês. “Com a diminuição, em um contrato com valor líquido de R$ 10 mil, em 84 meses, o cliente passa a economizar um valor superior ao de uma prestação ao final do pagamento do contrato”, exemplificou a instituição, conforme reportagem do site G1.

Por sua vez, o Banco do Brasil fez uma redução mais geral. A instituição anuncia novas taxas para empréstimos, a partir desta sexta-feira (4), para consignado, crédito automático, salário, benefício, renovação e e 13º salário.

As taxas do consignado do INSS no BB foram ajustadas de 1,81% para 1,77% ao mês, na faixa mínima, e de 1,95% para 1,89% ao mês, no patamar máximo.

O BB afirmou ainda que terá reduções no desconto de títulos, capital de giro, conta garantida e em outros produtos, conforme perfil do cliente.

Em sua live semanal Conversa com o Presidente, transmitida via redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia criticado os juros do crédito consignado.

Na edição de 27 de junho, o petista disse que iria conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para rever os juros.

“O que me deixa indignado é que o juro do crédito consignado, que é dado para pessoas que têm emprego garantido, que é descontado no salário e, portanto, não tem como perder, é 1,97%. Juros sobre juros, dá quase 30% ao mês. Como é que o cara que ganha R$ 2 mil e pega R$ 1 mil no crédito consignado vai pagar 30% ao mês, e eu estou emprestando dinheiro para os grandes a 10% ao mês? O deles [empresários] também é caro. Mas esse [empréstimo consignado] é triplamente caro.”

Ministros do governo Lula comemoram redução da taxa de juros Selic. Alckmin diz que novos cortes vêm por aí

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, comemorou ontem a redução acima do esperado pela maioria dos analistas da taxa básica de juros da economia, de 13,75% para 13,25% ao ano.

Alckmin disse que a Selic deverá “cair ainda mais nos próximos meses” e que a decisão é resultado de esforços do governo Lula.

Em seu perfil na rede social Twitter, Alckmin escreveu: “O Banco Central decidiu cortar em 0,5 ponto a taxa de juros básica, conhecida como taxa Selic, sobre a qual toda a economia se baseia. Em três anos, é a primeira vez que o BC reduz essa taxa. O governo do presidente Lula gerou todas as condições para que esse movimento acontecesse: os índices de inflação caíram todos, as perspectivas melhoraram e estamos avançando com reformas importantes em torno de um país mais justo e próspero. Com isso, as taxas de juros devem cair ainda mais nos próximos meses.”

Ontem, logo após o anúncio da decisão do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia comentado que a redução correspondia a uma sinalização de que o governo está na “direção certa”, e que “os investidores estrangeiros vão olhar para o Brasil com mais otimismo” a partir de agora.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também comentou no Twitter: “Com o corte de 0,5% dos juros, acompanhado do indicativo de mais reduções adiante, o BC fica em sintonia com o cenário atual, de queda da inflação e de melhoria fiscal como estruturais. Os avanços institucionais do país nos últimos 7 meses, incluindo a aprovação da reforma tributária pela Câmara, tem gerado as condições para os cortes nos juros.”

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1

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