Conab: arroz importado chegará ao consumidor brasileiro por, no máximo, R$ 4 o quilo

O primeiro leilão da Conab está marcado para a próxima terça-feira (21). O objetivo é adquirir 104 mil toneladas de arroz, que serão direcionadas para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Pará e Bahia.
16 de maio de 2024

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou ontem (15) que o arroz que será importado pelo governo para garantir os estoques do cereal e evitar a especulação de preços não custará mais do que R$ 4 o quilo para o consumidor.

Segundo a estatal, a compra de arroz deve ser feita de parceiros do Brasil no Mercosul, como Paraguai, Uruguai e Argentina, por meio de leilões públicos.

O primeiro leilão da Conab está marcado para a próxima terça-feira (21). O objetivo é adquirir 104 mil toneladas de arroz, que serão direcionadas para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Pará e Bahia.

O produto deverá ser descarregado nos portos de Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Itaqui (MA) e empacotados em embalagem de 2kg.

“O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor. O preço máximo ao consumidor será de R$ 4 o quilo”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Conforme estabelecido pela Medida Provisória 1.217/2024, a compra de arroz será feita por meio de leilões públicos, ao longo de 2024. Os estoques serão destinados aos pequenos varejistas das regiões metropolitanas, de acordo com os indicadores de insegurança alimentar, exceto o Rio Grande do Sul.

A importação de arroz visa enfrentar as consequências sociais e econômicas decorrentes da a pior tragédia climática do Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 70% da produção do cereal no país.

Compra de arroz pela Conab será feita de modo gradual, para não prejudicar produtor brasileiro

A MP publicada no dia 10 de maio libera a importação de 1 milhão de toneladas de arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul terem destruído uma parte das lavouras do cereal.

O presidente da Conab já havia declarado que “não vamos trazer tudo de uma vez só para não competir com a nossa produção local”. “Estamos agindo com muita atenção para não deixar que os preços fiquem altos para nossos consumidores”, enfatizou em vídeo publicado nas redes.

Ele também salientou que há muita desinformação sobre o tema circulando nas redes sociais. “A onda de desinformação tem feito as pessoas comprarem [arroz] e estocar sem necessidade. Além de não deixar faltar arroz, [a medida provisória] vai garantir que o preço [do produto] não seja alvo de especulação de alguém que queira se aproveitar”, disse.

Na sexta-feira passada (10), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também reforçou que o governo não quer concorrer com os produtores de arroz do Rio Grande do Sul e que não há risco de faltar arroz no Brasil. Ele disse que a medida é para evitar especulação de preços e recompor os estoques públicos do país.

“A maior parte da safra está colhida, temos arroz no Brasil, mas também temos gente que se aproveita desse cenário de tragédia para propagar a desinformação, o pânico nas pessoas”, disse Fávaro, ao blog da Camila Bomfim.

Na última quinta-feira (9), o presidente da Farsul (Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul), Gedeão Pereira, disse que o arroz que já está colhido no Rio Grande do Sul garante o abastecimento do país por, no mínimo, 10 meses.

“Talvez possa faltar alguma coisa no final, quando nós já estivermos com uma nova safra em cena”, reforçou.

De acordo com ele, a principal dificuldade do estado, no momento, é para conseguir transportar o arroz colhido para outros locais, tendo em vista a interrupção de estradas e rodovias.

Antes da tragédia, a previsão era de que o estado colhesse, no total, 7,475 milhões de toneladas do grão, segundo a Conab. Mas estimativas do Irga (Instituto Riograndense do Arroz) preveem que, agora, a colheita deve ser um pouco menor, em torno de 7,149 milhões de toneladas, considerando os estragos das enchentes e outros efeitos do El Niño.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do g1

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