O resultado das transações nas contas externas ficou negativo US$ 60 milhões em novembro deste ano, informou o Banco Central (BC) na quarta-feira (21). É o melhor desempenho para meses de novembro desde 2006, quando o saldo foi positivo em US$ 1,133 bilhão. Em outubro, o déficit nas contas externas somou US$ 4,62 bilhões.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que a conta do resultado comercial é o maior da série histórica para os meses de novembro e foi o principal responsável pela melhora nas transações correntes do mês. Segundo ele, isso deve ao aumento nas contas das exportações no mês passado, que cresceram 39,3%, enquanto as importações cresceram apenas 3%.
Pela metodologia do Banco Central (BC), a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 5,140 bilhões em novembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,549 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,955 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 406 milhões.
No acumulado do ano até novembro, o rombo nas contas externas soma US$ 44,616 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 60 bilhões em 2022. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
Nos 12 meses até novembro deste ano, o saldo das contas externas está negativo em US$ 52,357 bilhões, o que representa 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril deste ano, quando ficou em 2,55%.
No balanço das contas externas, de janeiro até novembro, houve saída líquida de US$ 38,489 bilhões por meio de remessa de lucros e dividendos
A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos teve saldo negativo de US$ 2,310 bilhões em novembro. A saída líquida é inferior aos US$ 2,904 bilhões que deixaram o Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas. No acumulado do ano até novembro, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 38,489 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 656 milhões em novembro, ante US$ 724 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até novembro, essas despesas alcançaram US$ 16,222 bilhões.
A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 641 milhões em novembro. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. No penúltimo mês de 2021, o déficit nessa conta foi de US$ 298 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais em novembro foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,084 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 443 milhões no período.
No acumulado do ano até novembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 6,658 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 1,889 bilhão.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias