Os investimentos diretos avançaram 20% nos sete primeiros meses do ano, conforme o Balanço de Pagamentos divulgado ontem (26) pelo Banco Central. Segundo os dados do BC, os estrangeiros trouxeram US$ 45,07 bilhões em investimentos de janeiro a julho de 2024, contra US$ 37,5 bilhões no mesmo período de 2023.
Esse é o maior ingresso de investimentos no país para esse período desde 2022 (US$ 45,2 bilhões).
Somente em julho, os estrangeiros aportaram US$ 7,3 bilhões em investimentos diretos no país, ante US$ 7,1 bilhões no mesmo mês de 2023.
No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 62 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em julho deste ano, um valor de US$ 65 bilhões.
Já o mercado financeiro, conforme o Boletim Focus divulgado ontem pelo BC, elevou de US$ 70 bilhões para US$ 70,3 bilhões a previsão de ingresso de investimento estrangeiro direto este ano.
Investimentos diretos ajudam a “financiar” rombo das contas externas
Mesmo crescendo menos, os investimentos estrangeiros foram suficientes para ajudar a “financiar” o rombo das contas externas de US$ 25,6 bilhões registrado nos sete primeiros meses de 2024, que mais do que dobraram nos sete primeiros meses deste ano.
De acordo com a instituição, as contas externas (transações correntes) registraram um déficit de US$ 25,6 bilhões de janeiro a julho, em comparação com US$ 12,5 bilhões no mesmo período do ano passado.
Foi o maior rombo para os cinco primeiros meses de um ano desde 2019 (-US$ 36,3 bilhões), ou seja, em cinco anos.
O Banco Central costuma atrelar o rombo das contas externas ao crescimento da economia, pois, quanto mais o país cresce, mais demanda de produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também.
Em julho, as contas externas registraram resultado negativo de US$ 5,2 bilhões, ante o déficit de US$ 3,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
Piora dos serviços
A aumento no saldo negativo das contas externas, na parcial de 2024, está relacionado principalmente com uma piora na conta de serviços, cujo saldo negativo passou de US$ 22,2 bilhões, de janeiro a julho de 2023, para US$ 28,9 bilhões no mesmo período deste ano.
A conta de serviços registra receitas e despesas com transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, entre outros.
A piora das contas externas neste ano também está relacionada com um resultado menos favorável da balança comercial no período. De janeiro a julho deste ano, o superávit da balança somou US$ 44,7 bilhões, contra um saldo positivo de US$ 49,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Gastos de brasileiros no exterior
Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 8,4 bilhões de janeiro a julho deste ano, com pequeno recuo ante o mesmo período do ano anterior – quando totalizaram US$ 8,46 bilhões.
Somente em julho, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 1,38 bilhão — igual patamar registrado no mesmo mês de 2023.
As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica, emprego e renda e o preço do dólar usado nas transações internacionais.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias