Crianças são ignoradas no orçamento federal, apontam pesquisadores da USP

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9 de setembro de 2022

Menos de 1% do orçamento do governo federal é destinado a políticas para a primeira infância, que abrange crianças de zero a seis anos de idade. Essa fase é fundamental no desenvolvimento humano e o abandono das ações pode prejudicar o presente e o futuro delas. Um dos aspectos mais afetados atualmente é a vacinação, que vem despencando no Brasil nos últimos anos. O Programa Bem Viver ouviu a pesquisadora Úrsula Peres, do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), sediado na USP, para entender o problema e apresentar propostas do que é preciso fazer para mudar essa situação.

Para chegar a esse número, os pesquisadores fizeram uma série de investigações, análises e comparações, chegando aos resultados divulgados no estudo inédito, que teve o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. Esse percentual do orçamento é extremamente baixo, sobretudo considerando que a primeira infância é um período fundamental para o desenvolvimento humano e interfere muito nas fases seguintes da vida.

Vacinação em criança

Um dos aspectos mais negligenciado atualmente tem sido a vacinação de crianças. A pesquisadora do CEM destaca que isso é um risco não só para as crianças, como para a sociedade como um todo pois possibilita o surgimento de surtos, de sarampo, de coqueluche, de doenças que já estavam erradicadas há muito tempo.

“O governo federal parou de investir em campanhas e de discutir isso como uma necessidade de saúde coletiva, por que a cobertura vacinal da primeira infância é fundamental para as crianças, pro seu desenvolvimento adequado. Isso é uma preocupação enorme que coloca em risco não só a vida dessa criança, mas o seu futuro. Porque muitas vezes ao não tomar vacina ela não perde a vida, mas pode ter sequelas enormes, que poderiam ter sido evitadas”, avalia Úrsula.

Brasil de Fato

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