Crise de energia: hidrogênio verde do Brasil pode ser alternativa para Europa

Ministro do Meio Ambiente afirma que Brasil age para reduzir emissões de carbono, mas política de Bolsonaro tem sentido oposto
1 de abril de 2022

Em meio a uma provável falta de energia na Europa, com a escassez do gás fornecido pela Rússia com consequência da guerra na Ucrânia, o Brasil pode conseguir um novo mercado com a venda de hidrogênio verde – o chamado combustível do futuro. Conversas bilaterais, neste sentido, estão sendo realizadas à margem do encontro ministerial de Meio Ambiente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que a Dinamarca  mostrou interesse e que também realizou reunião com a Suíça. Além dos europeus, a Colômbia e o Japão também cogitam a hipótese da alternativa.

Ainda segundo o ministro, as condições estão dadas para o Brasil se destacar nessa área, e um dos principais atrativos naturais do país seriam os cerca de 10 mil quilômetros de costa marítima. Para ele, com a regulamentação da energia eólica, a expectativa é de que 10% da produção seja consumida no Brasil e o restante possa ser comercializado com o exterior.

O ministro tem dado ênfase à alternativa eólica porque se pode obter hidrogênio por meio de outros combustíveis, como o diesel e o gás natural, porém estes não podem ser classificados como hidrogênio verde. A obtenção do hidrogênio como combustível é por meio de um processo térmico – possuir água para fazer a hidrólise, ou seja, o vapor reagir com o hidrocarboneto, produzindo o hidrogênio.

Ministro diz uma coisa, mas país faz outra

Na quinta-feira (31), durante reunião da OCDE, o ministro Joaquim Leite disse que o Brasil tem compromisso com ações concretas para reduzir emissões de carbono e com o desenvolvimento de uma nova economia verde. No entanto, o governo de Jair Bolsonaro sofre denúncias de entidades nacionais e internacionais sobre sua política ambiental que, praticamente, tem como lema “destruir ao invés de preservar o meio ambiente”, principalmente no que se refere a Amazônia.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento estima que a aplicação de políticas para evitar que a Amazônia atinja o ponto de inflexão que poderia transformá-la em uma savana – ou seja, conter o desmatamento, investir na agricultura sustentável e melhorar a gestão de incêndios – poderia gerar cerca de 340.000 milhões de dólares de riqueza adicional.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

 

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