O mercado de trabalho dos Estados Unidos está quase recuperado do desemprego gerado pela pandemia, criando milhares de empregos em março e retornando à taxa de desemprego anterior à crise de covid. Após a divulgação dos dados do Departamento de trabalho, nesta sexta-feira (1), as ações dos EUA mantiveram trajetória de alta diante dos dados apontando força econômica.
Sete dos 11 principais setores do S&P 500 avançavam no início do pregão, liderados por ganhos nas ações de energia e materiais. Às 12:35 (de Brasília), o índice Dow Jones caía 0,01%, a 34.673,99 pontos, enquanto o S&P 500 ganhava 0,13%, a 4.536,38 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançava 0,29%, a 14.262,35 pontos.
Os rendimentos dos Treasuries saltavam e uma parte da curva de juros observada de perto se inverteu depois que os dados de empregos apoiaram a visão de que o Fed precisará aumentar agressivamente os juros para conter a inflação.
Todo otimismo dos mercados veio com as 431 mil vagas criadas fora do setor agrícola em março. Embora os números tenham ficado aquém das expectativas de economistas, a taxa de desemprego caiu para 3,6%, a menor desde fevereiro de 2020, enquanto o salário médio por hora aumentou 0,4%.
O Departamento do Trabalho também revisou os ganhos de emprego para janeiro e fevereiro e afirmou que, juntos, adicionaram 95.000 empregos a mais do que o inicialmente relatado.
Uma ampla gama de atividades contratou no mês passado, incluindo lazer e hospitalidade. Esse setor engloba bares e restaurantes, que estiveram entre os negócios mais atingidos pelas demissões atribuídas à pandemia.
Nessa área, foram criados 112.000 empregos em março, enquanto as empresas de serviços profissionais e empresariais ganharam 102.000 novos empregados. Os varejistas criaram 49.000 empregos e o emprego na indústria aumentou em 38.000.
A taxa de participação na força de trabalho, que indica a porcentagem de pessoas empregadas ou procurando trabalho, subiu ligeiramente para 62,4%, uma alta pós-pandemia, mas ainda um ponto percentual abaixo de fevereiro de 2020.
“É uma recuperação histórica. Os americanos estão de volta ao trabalho”, tuitou o presidente Joe Biden, cujo governo enfrenta baixas taxas de aprovação nas pesquisas, em grande parte porque a inflação atingiu recordes mesmo com o aumento da criação de empregos.
Inflação
Os analistas duvidam que a recuperação robusta do mercado de trabalho possa ser sustentada. Há a preocupação com a inflação. Os dados foram divulgados enquanto o Federal Reserve (Fed) combate a inflação elevando as taxas de juros, que estavam próximas de zero no auge da pandemia, ao mesmo tempo em que tenta não atrapalhar a recuperação da maior economia do mundo.
Para uma parte dos analistas de mercado, as tendências de recuperação do mercado de trabalho podem convencer o Fed a ser menos agressivo no aperto da política monetária. “As taxas ainda precisam subir substancialmente, mas o Fed não precisa ultrapassar este ano se o mercado de trabalho estiver se normalizando”, afirmam.
Redação ICL Economia
Com informações das agências internacionais