Dados sobre emprego nos EUA dá o tom dos mercados nesta manhã (5), que operam cautelosos

Consenso Refinitiv projeta que 250 mil empregos tenham sido criados em julho, abaixo dos 372 mil em junho
5 de agosto de 2022

Enquanto os mercados asiáticos fecharam em alta na manhã desta sexta-feira (5), os índices futuros de Nova York estão operando de modo cauteloso hoje, quando saem os dados do relatório de emprego nos EUA (payroll), cruciais para entender para aonde caminhará a maior economia do planeta, os EUA. Os números de emprego, que serão divulgados nesta manhã, têm potencial para agitar os mercados, pois podem, a depender do que virá, fazer o Fed (Federal Reserve) mudar a rota da condução da política monetária. O consenso Refinitiv projeta que 250 mil empregos tenham sido criados em julho, abaixo dos 372 mil em junho. A taxa de desemprego deverá ficar estável em 3,6%.

O aquecido mercado de trabalho americano pode forçar o banco central estadunidense a seguir com uma política monetária mais restritiva para tentar frear a escalada da inflação. A grande dúvida é: as empresas manterão as suas equipes ou já há um indicativo de recessão no ar? O nó da questão é de que os dados do payroll, caso indiquem que o mercado de trabalho esteja perdendo fôlego, devido à corrosão do poder de compra ocasionada pela inflação alta, podem, sim, ser um indicativo de que será difícil evitar uma recessão. Trata-se, portanto, de uma grande encruzilhada.

Grande parte dos analistas acreditam que o crescimento do emprego desacelere à medida que o Fed continue a elevar as taxas de juros para controlar a inflação, mas não está claro se essa desaceleração levará a economia a uma recessão. Os dados desta sexta, portanto, são muito importantes porque integram uma das bases usadas pelo banco central americano antes de decidir o quanto aumentar as taxas em sua reunião de setembro.

Já na Europa, a maioria das bolsas europeias também recuam acompanhando os resultados corporativos na região e aguardando o relatório de emprego dos EUA.

Brasil

O Ibovespa fechou em alta de 2,04% na quinta-feira (4), aos 105.892 pontos, levado principalmente pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 50 pontos-base, para 13,75% ao ano. O que animou o mercado não foi o aumento em si, segundo analistas, mas a indicação de que a autoridade monetária poderá brecar o ciclo de alta dos juros.

O dólar comercial fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,22 na compra e na venda.

Europa

As bolsas europeias operam em leve baixa na manhã desta sexta-feira (5), na expectativa da divulgação dos dados do mercado de empregos norte-americano. Além disso, investidores ainda repercutem os balanços divulgados nesta semana. O mercado europeu também está digerindo o fato de o Banco da Inglaterra ter elevado as taxas de juros em 50 pontos-base, prevendo que a inflação do Reino Unido atingirá um pico acima de 13% em outubro e a economia entrará em uma recessão prolongada no quarto trimestre.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,16%

DAX (Alemanha), -0,16%

CAC 40 (França), -0,42%

FTSE MIB (Itália), -0,31%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA estão operando próximos à estabilidade na manhã desta sexta-feira (5), na expectativa da divulgação do relatório do mercado de trabalho (payroll). Trata-se de um importante indicador da economia norte-americana utilizado pelo Fed (Federal Reserve) para decidir os rumos da política monetária da maior economia do mundo. Na véspera, os principais índices de Wall Street fecharam em direções divergentes, também na expectativa do payroll.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,08%

S&P 500 Futuro (EUA), +0,01%

Nasdaq Futuro (EUA), -0,03%

Ásia

Após uma semana marcada pelos exercícios militares da China ao redor da ilha de Taiwan, em uma reação à visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, ao território taiwanês, os mercados asiáticos fecharam com ganhos nesta manhã, à medida que investidores diminuem a aversão ao risco. O ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, disse que mísseis chineses pousaram na zona econômica exclusiva do Japão e chamou os exercícios militares de “problema sério”.

Shanghai SE (China), +1,19%

Nikkei (Japão), +0,87%

Hang Seng Index (Hong Kong), +0,14%

Kospi (Coreia do Sul), +0,72%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com certa volatilidade nesta manhã, depois de atingirem seu menor nível desde antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro. O mercado está preocupado com o impacto da inflação no crescimento econômico global e na demanda pela commodity.

Petróleo WTI, -0,29%, a US$ 88,27 o barril

Petróleo Brent, -0,21%, a US$ 99,93  o barril

Agenda

O grande dado desta sexta-feira, que causa certa apreensão nos mercados globais, é a divulgação dos números oficiais mercado de trabalho americano. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração na criação de vagas, de 372 mil em junho para 250 mil em julho. Já a taxa de desemprego deve permanecer em 3,6%.

Por aqui, no Brasil, nada de novo no campo político. Já na esfera econômica, será divulgado o IGP-DI de julho, que pode trazer deflação. Além disso, na B3 os investidores devem repercutir o balanço do Bradesco, que apontou lucro recorde de mais de R$ 7,04 bilhões no segundo trimestre.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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