Datafolha: melhora avaliação positiva do governo Lula, com economia pesando a favor. Mais pobres acham que vida melhorou sob o mandato do petista

Consideram Lula ótimo ou bom de forma acima da média os mais pobres (42%), quem tem de 45 a 59 anos (44%), os mais velhos (47%), nordestinos (48%) e menos instruídos (53%). Presidente tem reprovação menor que seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
19 de junho de 2024

Menos brasileiros reprovam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo nova pesquisa do Datafolha, cresceu o descolamento entre os que aprovam e desaprovam o petista. Lula tem 36% de aprovação e 31% de reprovação. Na rodada anterior, esses números eram, respectivamente, 35% e 33%. Aqueles que avaliam o presidente como regular, subiu de 30% para 31%.

Como a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, o resultado indica estabilidade no quadro geral. Mas o empate técnico entre os que consideram o presidente ótimo/bom e ruim/péssimo aponta uma leve melhora em favor do presidente.

Conforme destaca a Folha de S.Paulo, a curva negativa para Lula, que vinha se desenhando desde o fim do ano, foi invertida nesta pesquisa, que marca um ano e seis meses do terceiro mandato do petista à frente do Palácio do Planalto. O instituto ouviu 2.008 eleitores em 113 municípios brasileiros de 4 a 13 de junho.

Consideram Lula ótimo ou bom de forma acima da média os mais pobres (42%), quem tem de 45 a 59 anos (44%), os mais velhos (47%), nordestinos (48%) e menos instruídos (53%). Já o veem mais como ruim ou péssimo os homens (35%), quem tem de 25 a 34 anos (38%), com ensino superior (38%), evangélicos (44%) e mais ricos (45% nas faixas acima de 5 mínimos).

A pesquisa destaca que, a despeito da gritaria do mercado financeiro dos últimos dias, com fortes pressões sobre a figura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a economia pesa em favor da imagem do presidente.

Dos entrevistados, 40% estão otimistas com relação ao tema, ante 28% que preveem uma piora e 27% que acham que tudo ficará igual. Em março, eram respectivamente 39%, 27% e 32%.

Os mais otimistas são os mais jovens (47%), os menos escolarizados (50%) e os moradores do Nordeste (53%), sendo esses dois últimos grupos usualmente associados ao apoio a Lula — 48% dos nordestinos e 53% de quem estudou até o fundamental consideram o presidente ótimo e bom.

Já as maiores taxas de “ruim” e “péssimo” são registradas entre os homens (35%), pessoas com idades entre 25 e 34 anos (38%), evangélicos (44%), os mais ricos (45% dentre os que ganham mensalmente acima de cinco salários mínimos), e os que cursaram o ensino superior (38%).

No caso dos jovens de 16 a 24 anos, o estrato do levantamento se destaca por considerar Lula mais regular que outros grupos — 48% dizem isso, ante um empate de aprovação (25%) e rejeição (24%).

Datafolha: 32% dos que ganham até dois salários mínimos veem melhora sob Lula

Quando questionados sobre a economia, 27% acham que o cenário do país melhorou, enquanto 29% veem isso em sua vida pessoal. Já acham pior no geral 42%, ante 24% que apontam piora nas finanças domésticas. Tudo está igual para 29%, enquanto 47% acham isso no seu cenário particular.

No recorte por estratos sociais, 32% entre os que ganham até 2 salários mínimos veem melhora sob Lula. Essa é a maior amostra populacional da pesquisa, com 49% dos entrevistados. No grupo, 18% apontam piora.

Por outro lado, quem ganha mais de 10 salários mínimos tem pior avaliação sobre o presidente. São 31% os que veem piora sob a gestão Lula, enquanto 19% apontam melhora nesse estrato. Esse grupo representa 4% dos entrevistados.

Por isso, é preciso ponderar que nessa faixa a margem de erro é maior, de até dez pontos percentuais devido à menor base de entrevistas (ante três pontos nos mais pobres).

Essa percepção de melhora entre os menores estratos de renda decorrem principalmente daquilo que afeta diretamente suas vidas. O aumento do PIB em 0,8% no primeiro trimestre, atribuída ao avanço do setor de serviços, que ajudou a expandir o mercado de trabalho e a renda dos trabalhadores.

Rio Grande do Sul

Embora o levantamento tenha acontecido durante as enchentes no Rio Grande Sul, onde o governo vem atuando fortemente para ajudar as vítimas e a reconstrução do estado, com o anúncio de várias medidas, isso não parece ter influenciado opiniões na região geograficamente mais próxima dos fatos, a Sul.

A região é onde se concentra grande parte dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, muito provavelmente por isso, concentra-se grande parte dos que têm avaliação pior do governo Lula no âmbito econômico.

Dos entrevistados na região, 36% estão mais pessimistas em termos de expectativas na economia, nível semelhante ao registrado entre quem ganha de 5 a 10 mínimos (37%) e entre evangélicos (38%). Nesse caso, contudo, os resultados são estáveis e refletem a posição mais antipetista desses grupos.

Disseram que sua vida melhorou após a volta de Lula ao poder 26%, ante 21% que viram piora e 52% que acham que está tudo na mesma. Esses índices permaneceram estáveis em relação à pesquisa de março.

Lula x Lula e Lula x Bolsonaro

Comparado com o primeiro mandato de Lula, o presidente tem uma aprovação semelhante à que registrava a essa altura do governo em 2004, 35%. Sua reprovação era bem menor, contudo, em 17%, e 45% o viam regular.

Já no segundo mandato, em maio de 2009, tinha grande aprovação: 69% o viam como ótimo ou bom, 6% como ruim ou péssimo e 24% como regular.

Em relação ao seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), Lula registra um nível similar de ótimo/bom: o rival recebia essa nota de 32% em junho de 2020, embora fosse bem mais reprovado (44% de ruim/péssimo). Achavam o ex-presidente regular 23%.

Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo

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