A pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (23), mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 19 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). O petista atingiu 47% das intenções de voto no primeiro turno, contra 28% do seu adversário. Ciro Gomes (PDT) alcançou 8%.
De acordo com a pesquisa, Lula tem 53% dos votos válidos aferidos. Para ganhar no primeiro turno, é necessário que o candidato some 50% dos votos válidos mais um. Votos válidos são aqueles que excluem, no cômputo geral, os brancos e nulos. Sob essa métrica, que é a utilizada pela Justiça Eleitoral para a contagem final do pleito, o presidente Jair Bolsonaro tem 32% das intenções de voto. Ciro Gomes marca 10%.
Foram entrevistados 2.556 eleitores em 181 cidades nos dias 22 e 23 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
A pesquisa, realizada nessa quarta (22) e nesta quinta (23), foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022.
Na pesquisa Datafolha, divulgada em 26 de maio, o ex-presidente alcançou 48% dos votos, seguido por Bolsonaro (PL), com 27%, no primeiro turno. Nos votos válidos, Lula atingiu 54% e Bolsonaro, 30%. O petista seria eleito no primeiro turno.
Na pesquisa de março, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ficou na terceira posição, com 7%. André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) alcançaram 2% cada. Pablo Marçal (Pros) e Vera Lucia (PSTU) conseguiram 1% cada. As outras candidaturas não pontuaram.
Segundo Datafolha, Bolsonaro tem a pior avaliação em fim de mandato desde a redemocratização do país
O presidente Jair Bolsonaro tem sua administração rejeitada por 47% da população, segundo pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (23). Esse nível de rejeição é o mesmo da pesquisa anterior, de 25 e 26 de maio, quando o índice era de 48%. Desde a redemocratização do país, com a primeira eleição para presidente em 1989, Bolsonaro é o presidente que tem a pior avaliação no atual período de fim de mandato, com três anos e seis meses de gestão.
Aqueles que o acham regular oscilaram de 27% para 26% no período, enquanto quem o aprova com a avaliação de que faz um governo ótimo ou bom foram de 25% para 26%, segundo informações de Igor Gielow na Folha de S.Paulo.
Ante a sucessão de problemas e crises pelas quais o governo passa, o resultado quase pode ser comemorado no Planalto. No período, Bolsonaro aumentou o tom de sua campanha contra o sistema eleitoral, declarou guerra à Petrobras devido ao aumento do preço dos combustíveis e seu impacto na inflação e viu um indigenista e um repórter serem mortos na Amazônia.
Para completar, no dia em que as equipes do Datafolha foram às ruas, no governo foi colhido por um escândalo de corrupção: o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso numa investigação sobre desvios envolvendo pastores, como ele, na sua gestão.
Os números não são nada bons para o presidente. A rejeição à administração acompanha aquela registrada pelo pré-candidato a ficar no posto: 55% dizem que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro.
Na série histórica de seu governo, sua maior rejeição como governante foi de 53%, registrada em dezembro passado. Depois disso, caiu para o patamar atual e ficou, em três levantamentos seguidos. Sua aprovação máxima havia sido na virada do primeiro ano da pandemia, 2020, sob efeitos do auxílio emergencial da crise sanitária: 37% de ótimo/bom.
Entre os presidentes eleitos para o primeiro mandato que chegaram a 3 anos e 6 meses de governo desde a eleição de 1989, a primeira após a ditadura (1964-85), Bolsonaro é o que colhe os piores números. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha 31% de aprovação e 25% de reprovação em junho de 1998; Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Bolsonaro em outubro, tinha 38% e 21%, respectivamente, em junho de 2006.
E Dilma Rousseff (PT) marcava 35% de ótimo/bom ante 26% de ruim/péssimo em junho de 2014. Todos os três antecessores conseguiram se reeleger. Hoje, Bolsonaro tem 28% das intenções de voto, segundo o Datafolha, ante 47% de Lula.
Reprovam mais o governo os nordestinos, as mulheres e os mais pobres, espelhando o perfil de rejeição a Bolsonaro entre o eleitorado. A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos.
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Com informações do Brasil 247 e da Rede Brasil Atual