Decisão do Copom de manter taxa de juros em 13,75% aumenta a preocupação do governo com cumprimento de metas fiscais

Haddad disse que, apesar da decisão do Copom, vai seguir tentando "harmonizar" a política fiscal, definida pelo governo, e a política monetária, conduzida pelo Banco Central
5 de maio de 2023

Durante participação na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável, o “Conselhão”, na quinta-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,  disse ter ficado “bastante preocupado” com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, divulgada na quarta-feira (3). O governo Lula tem criticado o Banco Central pela manutenção da alta taxa de juros. A avaliação é que o atual patamar da Selic inibe o crescimento da economia.

O Copom tem mantido a taxa básica de juros em 13,75% por seis reuniões seguidas. A taxa Selic está no mesmo patamar desde agosto de 2022. 

Segundo reportagem publicada pelo G1, Haddad disse que, apesar da decisão do Copom, vai seguir tentando “harmonizar” a política fiscal, definida pelo governo, e a política monetária, conduzida pelo Banco Central. O ministro da Fazenda espera que, com a proposta do novo arcabouço fiscal e com a tramitação da reforma tributária no Congresso, o Copom reavalie o cenário e comece a traçar um cronograma de queda.

Fernando Haddad negou que faça pressão sobre decisão do Copom ou do Banco Central. Avisou que é um tema importante para a política fiscal

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Crédito: divulgação / Senado Federal

Fernando Haddad negou que faça pressão sobre Banco Central. “Da minha parte, jamais vai haver qualquer tipo de pressão política no sentido pejorativo do termo sobre um órgão público que tem legitimidade, [tenho] total compromisso e clareza disso, mas é um tema sim que importa para política fiscal, importa pra reindustrialização do país, importa para tomada de decisão dos empresários”, disse o ministro segundo reportagem do G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a chamar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de “esse cidadão” e afirmou que poderia rever a autonomia da autoridade monetária, aprovada pelo Congresso durante o governo Bolsonaro.

No mesmo evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. “Não é possível ter Selic em 13,75%, maior juros do mundo”, afirmou. Segundo Alckmin, é “evidente” que a taxa nesse patamar é um “problema”, principalmente para o mercado de crédito.

Redação iCL Economia
Com informações do G1

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