As bolsas mundiais estão no negativo nesta manhã de quinta-feira (15), um dia após o Fed (Federal Reserve) ter aumentado em 0,50 ponto percentual a taxa de juros americana, conforme esperava o mercado. Por outro lado, o discurso mais duro da autoridade monetária sobre o futuro da maior economia do planeta trouxe apreensão ao agentes financeiros.
Pelas projeções do banco central dos EUA, os juros americanos ficarão na casa dos 5,1% ao ano em 2023, um aumento em relação à projeção anterior, de 4,6%. Para 2024, a revisão foi feita para baixo – de 4,10% para 3,9% -, assim como em 2025, de 3,10% para 2,9%.
O Fed sinalizou, no comunicado divulgado com a decisão de ontem (14), que continuará trabalhando para levar a inflação ao patamar de 2%, uma indicação para o mercado de que a austeridade fiscal continuará. O presidente da instituição, Jerome Powell, também disse que os sinais recentes de que a inflação poderia ter atingido o pico não foram suficientes para o banco central aliviar os aumentos das taxas de juros, elevando-a para o maior patamar em 15 anos.
A decisão do Fed derrubou os mercados europeus também, que operam no negativo nesta manhã. Hoje, é a vez do BCE (Banco Central Europeu) e do Banco Central da Inglaterra anunciarem suas decisões sobre os juros, e o caminho também deve ser o da austeridade, uma vez que os índices inflacionários continuam em patamares elevados.
Mas, assim como o Fed, o ritmo adotado de aperto monetário deve ser em um ritmo menor. Espera-se que tanto o BCE quanto o Banco da Inglaterra elevem suas taxas em 0,50 ponto percentual.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (14) em alta, apesar do tombo registrado pelas ações da Petrobras, que sofreram com a aprovação na Câmara do texto-base de um projeto de lei que modifica a Lei das Estatais. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,20%, aos 103.745 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, a pauta política dominou os mercados. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou os primeiros nomes de sua equipe: o economista e ex-banqueiro Gabriel Galípolo, que será o secretário-executivo (número 2 da pasta), e o economista Bernard Appy, que será secretário especial para lidar com a reforma tributária.
Nas negociações do dia, o dólar recuou 0,25%, vendida a R$ 5,3015.
Europa
A decisão do Fed mexeu com as bolsas da Europa, que também operam no negativo nesta manhã. Os investidores aguardam a decisão sobre juros do BCE (Banco Central Europeu) e do Banco da Inglaterra, que também devem elevar suas taxas em 0,50 ponto percentual.
Ainda hoje, o Banco Nacional da Suíça também aumentou sua taxa de juros pela terceira vez neste ano, elevando-a para 1%, medida necessária, segundo a instituição, para conter a pressão inflacionária.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,71%
DAX (Alemanha), -1,01%
CAC 40 (França), -1,24%
FTSE MIB (Itália), -0,75%
Estados Unidos
A exemplo das bolsas pelo mundo, os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã, em continuidade ao movimento do dia anterior, após a decisão do Fed e os sinais emitidos pela autoridade monetária de que manterá taxas mais altas ao longo de 2023.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,62%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,81%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,10%
Ásia
As bolsas da Ásia também fecharam com baixa generalizada, depois do aumento dos juros dos EUA. Já na região, a produção industrial da China cresceu 2,2% em novembro, após registrar um crescimento de 5% em outubro. O resultado é menor do que a expectativa do mercado, de crescimento de 3,6%. As vendas do varejo, por sua vez, caíram 5,9% em base anualizada, acima das expectativas de queda de 3,7%.
Shanghai SE (China), -0,25%
Nikkei (Japão), -0,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,60%
Kospi (Coreia do Sul), -1,55%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, com o otimismo sobre as perspectivas de demanda da China.
Petróleo WTI, -0,61%, a US$ 76,81 o barril
Petróleo Brent, -0,46%, a US$ 82,32 o barril
Agenda
Para esta quinta-feira (15), é aguardada a divulgação das decisões do Banco Central Europeu e do Banco Central da Inglaterra sobre os juros. A expectativa é de um ajuste de 50 pontos-base.
Nos EUA também são aguardados os pedidos de seguro-desemprego semanal, com projeção Refinitiv de 230 mil pedidos, e as vendas no varejo de novembro, com expectativa de queda mensal de 0,1%.
Por aqui, no Brasil, no campo político, todos os olhos voltados para o julgamento da constitucionalidade do orçamento secreto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ontem (14), a presidente do órgão, Rosa Weber, votou para tornar orçamento secreto inconstitucional. Outra notícia nessa seara é relacionada ao futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou já ter em mente possíveis indicações para o comando das secretarias da Receita Federal e do Tesouro Nacional, que devem ser anunciadas até a próxima sexta-feira (16). No campo econômico, investidores aguardam a divulgação do índice IGP-10 e o relatório trimestral de inflação (RTI) pelo Banco Central.
Redação ICL Economia
Com informações das agências