Desenrola Brasil já é alvo de crimes cibernéticos. Saiba como se proteger dos golpes

Golpistas espalham centenas de links fraudulentos do programa de renegociação de dívidas nas redes sociais para tentarem "roubar" dados pessoais e obter pagamentos de endividados.
20 de julho de 2023

O Desenrola Brasil, programa do governo federal para renegociação de dívidas, mal havia sido lançado quando golpistas começaram a espalhar centenas de links fraudulentos nas redes sociais para tentarem “roubar” dados pessoais e obter pagamentos de endividados.

De acordo com especialistas em cibersegurança, os golpistas criam links falsos em anúncios em redes sociais ou enviam endereços fraudulentos em mensagens no WhatsApp ou por meio de mensagens de texto de SMS. 

Os criminosos pagaram para aumentar o alcance de várias dessas postagens, as quais, em grande parte, usam imagens do governo federal, da Serasa e de outras instituições para fraudar uma suposta legitimidade e enganar internautas.

Em reportagem publicada no jornal O Globo, Emilio Simoni, CEO AHT Security, disse que em uma das modalidades de golpe, depois que a vítima clica no link falso, o estelionatário tenta convencer a pessoa de que ela tem uma dívida alta e dá a opção de quitar a dívida por um valor baixo. 

Golpistas do Desenrola Brasil usam as imagens de Lula, do SPC Brasil e da Serasa para atrair vítimas 

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Crédito: Canva

Ao clicar na opção, a pessoa é levada a pagar um valor para ter o acesso ao desconto na renegociação. Nesse caso, o criminoso finge operar como um intermediário, mas é importante ressaltar que, nessa fase, o devedor deve fazer a negociação diretamente com o banco onde tem a dívida.

Segundo o especialista em segurança, a propaganda incentivada ou patrocinada em redes sociais joga a vítima para um phishing (site falso) da Serasa.

O caso foi antecipado pelo jornal Folha de S. Paulo. No Facebook, o jornal O Globo também identificou, por exemplo, 62 anúncios iguais pagos por uma mesma página, intitulada  “O Desenrola Brasil”.

A página está rotulada na categoria de “Saúde/beleza” e fez quatro postagens, de imagens religiosas, a partir de 5 de julho. Desde a última terça-feira (18), a página tem promovido uma propaganda que promete liberar os descontos on-line.

De acordo com dados da biblioteca da Meta, controladora do Facebook, a página pagou entre R$ 3,5 mil a R$ 4 mil pelo impulsionamento dos anúncios, que foram vistos em tela de 125 mil a 150 mil vezes.

“30 MILHÕES de brasileiros com DÍVIDAS recebem GRANDE NOTÍCIA. Agora é Oficial, liberamos os descontos de forma online. Se você tem aquela pendência que tira o seu sono na hora de dormir, saiba que agora você pode realizar o acordo de todas elas com 99% de desconto!”, diz o anúncio, que reproduz a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do SPC Brasil e da Serasa.

Ao clicar no anúncio, o internauta é direcionado para o site “desenrola-brasil.com”, cujo certificado digital foi emitido em 13 de julho. No site, o usuário é instado a fornecer o nome completo e o CPF antes de clicar na opção “buscar acordo”.

“REGULARIZE HOJE E SEU NOME ESTARÁ LIMPO E O SCORE ALTO EM MENOS DE 24 HORAS!”, afirma o site, que reproduz imagens de um selo de “site seguro” do Google e o logo da Norton Security Ultra, especializada no combate a vírus, malware e outras ameaças on-line.

O mesmo texto do anúncio é reproduzido em uma leva de 108 posts patrocinados de uma página semelhante, nomeada “Desenrola Brasil”. Neste caso, o Facebook diz ter recebido entre R$ 10 mil a R$ 15 mil para promover as postagens, já vistas mais de 500 mil vezes na plataforma.

A Folha de S. Paulo identificou um link falso patrocinado no Facebook que direciona o internauta para um chatbot de autoatendimento, que faz perguntas e responde com promessas enganosas sobre o programa, como descontos de até 99% (o máximo anunciado até aqui é de 96%).

Já a Agência Lupa, por sua vez, alertou para a circulação de um link pelo WhatsApp, que leva os usuários para um site falso, como se fosse da Serasa.

Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Globo e das agências de notícias

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