65,5% das negociações salariais até 7 de dezembro tiveram reajustes acima da inflação, aponta Dieese

No entanto, percentual é o menor observado desde maio, quando cerca de 90% conquistaram aumentos reais, o que é, até o momento, o melhor resultado entre as datas-bases de 2023.
20 de dezembro de 2023

De 197 negociações da data-base novembro, analisadas pelo Dieese até 7 de dezembro, 65,5% conquistaram reajustes acima da inflação captada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).

O percentual é o menor observado desde maio, quando cerca de 90% conquistaram aumentos reais, o que é, até o momento, o melhor resultado entre as datas-bases de 2023.

Dieese

Por outro lado, a proporção de reajustes abaixo do INPC caiu para 5,6%, enquanto 28,9% das negociações de novembro tiveram resultados iguais à inflação.

Variação real média dos reajustes

A variação real média dos reajustes de novembro é, até o momento, de 0,79%. O valor é muito próximo do observado em outubro (0,78%) e ligeiramente inferior ao de setembro (0,83%). Esse resultado revela certa estabilização do indicador, após o movimento de elevação e queda observado desde março.

Reajuste necessário

O valor do reajuste necessário por data-base – equivalente à variação dos preços acumulada nos 12 meses anteriores – caiu pelo segundo mês seguido. Para as categorias com data-base em dezembro, o percentual é de 3,85%, segundo o INPC.

Reajustes parcelados

Em novembro, apenas 1 (uma) das 197 negociações analisadas (0,5%, portanto) negociou o parcelamento do reajuste. As demais definiram o pagamento do reajuste em parcela única.

Reajustes escalonados

Por outro lado, cresceu o percentual de negociações que fixaram reajustes escalonados, presentes em 29,4% dos casos analisados em novembro. Como se sabe, o escalonamento é a definição de valores diferenciados de reajuste, conforme faixas de salários ou de tamanho de empresas.

Resultados acumulados em 2023

No acumulado do ano até novembro, 77,7% das 17.839 negociações analisadas pelo DIEESE conquistaram ganhos reais aos salários, sempre na comparação com o INPC-IBGE. Outras 16,7% fixaram reajustes iguais ao índice inflacionário e apenas 5,6% definiram correções insuficientes para recompor o valor real dos salários. A variação real média no período é, atualmente, de 1,12% acima do INPC.

Resultados por setor econômico

No recorte setorial, considerando apenas os três maiores setores, destacam-se as negociações dos industriários, com aumentos reais em 82,5% dos casos, e as dos trabalhadores em serviços, com reajustes acima da inflação em 79,7%. No comércio. ganhos reais foram comparativamente menos frequentes (58% dos casos). Nesse setor, os reajustes iguais ao INPC possuem peso maior, presentes em 37% das negociações, diante de 12,7% na indústria e 13,9% nos serviços.

Reajustes por região geográfica

No recorte regional, nota-se, em todas as regiões, presença significativa de reajustes acima do INPC, sempre acima de 70% dos casos, com destaque para as negociações do Sudeste (81,5% dos casos) e Centro-Oeste (79,6%). Destacam-se, também, as negociações do Sul, com apenas 1,7% dos reajustes abaixo da inflação.

Resultados por tipo de instrumento coletivo

Não há diferenças significativas no quadro dos reajustes salariais, quando analisados segundo o recorte por tipo de instrumento coletivo. Há uma presença um pouco maior de aumentos reais nos acordos coletivos, na comparação com as convenções coletivas (79,7% e 73,2%, respectivamente); e o inverso em relação aos reajustes iguais ao INPC, embora a diferença seja um pouco mais significativa (14,5% nos acordos e 21,6% nas convenções). Em ambos os casos, o percentual de resultados abaixo da inflação está na faixa dos 5%.

Pisos salariais

Os valores dos pisos salariais são apresentados, a seguir, em dois indicadores: 1) valor médio, equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados; e 2) valor mediano, correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos analisados. A vantagem da apresentação do valor mediano é que ele sofre menos a influência dos valores extremos da série, indicando melhor a distribuição dos pisos.

De janeiro a novembro de 2023, o valor médio dos 17.893 pisos salariais analisados foi de R$ 1.645,27; e o valor mediano, de R$ 1.537,80. Na comparação entre os setores, o maior valor médio foi observado nos serviços (R$ 1.683,52); e o menor, no setor rural (R$ 1.561,58). Quanto aos valores medianos, o maior foi registrado na indústria (R$ 1.576,14); e o menor, no comércio e nos serviços (R$ 1.521,00).

Pisos por região geográfica

No recorte geográfico, os maiores pisos salariais médios e medianos negociados de janeiro a novembro de 2023 são os da região Sul (respectivamente R$ 1.711,76 e R$ 1.654,70). O menor piso salarial médio foi observado no Norte (R$ 1.507,84); e o menor piso salarial mediano, no Nordeste (R$ 1.371,30).

Para ver o estudo completo, clique aqui.

Do site Dieese.org.br

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.