A dívida pública federal do Brasil caiu de R$ 6,52 trilhões em dezembro para R$ 6,450 trilhões em janeiro, queda de 1,08%, segundo informações divulgadas ontem (26) pelo Tesouro Nacional. O alto volume de vencimento de títulos contribuiu para redução.
De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) caiu 1,48%, passando de R$ 6,269 trilhões em dezembro para R$ 6,176 trilhões em janeiro. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 147,3 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados (com juros definidos antecipadamente). O recuo foi parcialmente compensado pela apropriação de R$ 55,08 bilhões em juros.
De acordo com o Tesouro, a queda no estoque da dívida interna é explicada por um resgate líquido de R$ 147,9 bilhões, que não foi neutralizado por uma apropriação positiva de juros de R$ 55,08 bilhões.
Em relação às novas emissões de títulos da dívida interna, o custo médio caiu de 11,62% para 11,56% ao ano.
Lembrando que a taxa básica de juros, a Selic, caiu de um patamar de 13,75% ao ano, em agosto de 2023, para os atuais 11,25% ao ano. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública.
Segundo o órgão, janeiro foi marcado por um “clima de cautela”, principalmente devido à expectativa em relação à trajetória dos juros nos Estados Unidos.
No mercado local, a parte mais curta da curva de juros caiu no mês passado com dados favoráveis de inflação, mas houve alta na parte longa com reflexos do cenário externo, disse o Tesouro.
O custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses subiu de 10,51% ao ano em dezembro para 10,65% no mês passado.
Dívida pública externa cresceu 8,89% no período, segundo o Tesouro
Se a dívida pública interna teve leve queda, o mesmo não aconteceu com a dívida pública externa, que cresceu 8,89%, a R$ 273,83 bilhões, ante R$ 251,46 bilhões em dezembro.
No mercado externo, a alta do dólar e o lançamento de títulos no exterior aumentaram o endividamento do governo. O principal fator para o aumento foi a emissão de US$ 4,5 bilhões (R$ 22,129 bilhões) no fim de janeiro e o avanço de 2,32% da moeda norte-americana no mês passado.
Em relação ao colchão de liquidez para pagamento da dívida pública, houve redução de 17,22% em janeiro, a R$ 813,23 bilhões. O montante é suficiente para quitar 7,10 meses de vencimentos de títulos — em dezembro, estava em 7,57 meses.
Para o mês de fevereiro, o Tesouro observou “forte alta das Treasuries devido à persistência inflacionária e à força da economia norte-americana, aspectos que acabaram se refletindo na postergação das expectativas de cortes na taxa básica do Fed [o banco central dos EUA]”.
No mercado local, o Tesouro ressaltou que a parte curta da curva de juros apresentou estabilidade em fevereiro, enquanto a parte longa subiu com dados de inflação acima do esperado e alta dos juros de títulos públicos dos Estados Unidos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias