O 13º salário vai ser pago a 85,5 milhões de brasileiros, pouco mais de um terço da população no Brasil. Considerando o valor médio de R$ 2.672, haverá a entrada de R$ 249,8 bilhões na economia do Brasil em 2022, de acordo com projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O montante que será injetado na economia representa quase 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, pago aos trabalhadores do mercado formal, empregados domésticos com registro em carteira, aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Uma das medidas eleitoreiras do Governo Bolsonaro foi a antecipação do 13º salário. Portanto, uma parte dos recursos já entrou na economia do Brasil.
Do total de 85,5 milhões de brasileiros que recebem 13º salário, 52 milhões, ou 61%, são trabalhadores do mercado formal. Os empregados domésticos, com carteira de trabalho assinada, equivalem a 1,4 milhão de pessoas (0,9%) do conjunto de beneficiários.
Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) correspondem a 32 milhões, ou 20,3% do total. Além desses, aproximadamente 1 milhão de pessoas (ou 1,2% do total) são aposentadas e beneficiárias de pensão da União (Regime Próprio). Há também um grupo constituído por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13º e que não pode ser quantificado.
Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2022, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Por volta de R$ 167,6 bilhões, ou 66,9% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 33,1% dos R$ 249,8 bilhões (R$ 83 bilhões) serão pagos aos aposentados e pensionistas.
Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 32 milhões de pessoas que receberão R$ 50,8 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 10,6 bilhões (4,2%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 16,2 bilhões (6,5%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 5,2 bilhões.
A parcela mais expressiva do 13º salário (49%) deve ser paga nos estados do Sudeste, região com a maior capacidade econômica do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas. No Sul, devem ser pagos 17,2% do montante e no Nordeste, 20,6%. Já as regiões Centro-Oeste e Norte recebem, respectivamente, 9,0% e 4,9% do total.
O maior valor médio deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4.711) e o menor, no Maranhão e Piauí (R$ 1.818 e R$ 1.867, respectivamente). Para os assalariados formais dos setores público e privado, que correspondem a 50,8 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos, a estimativa é de que R$ 164,8 bilhões serão pagos a título de 13º salário.
A maior parcela do montante a ser distribuído na economia caberá aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 62,1% do total destinado ao mercado formal; os empregados da indústria receberão 16,4%; os comerciários terão 18,8%; aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 3,9%, enquanto 4,6% serão recebidos pelos trabalhadores da agropecuária.
A maior média deve ser paga aos trabalhadores do setor de serviços (R$ 3.840), seguido pela indústria (R$ 3.335), construção civil (R$ 2.297), comércio (R$ 2.235) e agropecuária (R$ 2.050). A média de todos esses setores do mercado formal é de R$ 3.242,78.
Em relação aos valores que cada segmento receberá, segundo o Dieese, há a seguinte distribuição: os empregados formalizados ficam com 73% (R$ 52,7 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 20,1% (R$ 19,6 bilhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 4,6% (R$ 3,3 bilhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 2,5%.
Com economia do Brasil indo mal, pesquisas sobre 13º salário no Google disparam
Segundo levantamento realizado pelo Google Trends e divulgado pelo G1, “como calcular o décimo terceiro?” foi a pergunta mais buscada pelos brasileiros no último mês. “Qual é o valor do décimo terceiro?” e “o que é o décimo terceiro?” estão na sequência entre as dúvidas mais pesquisadas.
O pico de interesse pelo tema foi registrado na semana passada, de 6 a 12 de novembro. “Que dia cai a primeira parcela do décimo terceiro?” foi a pergunta com maior crescimento nos últimos 30 dias se comparado com o mês anterior. A alta foi de cerca de 5.000%, de acordo com dados do Google Trends.
Redação ICL Economia
Com informações do Dieese e do G1