Economia melhora, mas aumenta pessimismo do mercado financeiro em relação ao governo Lula

Pesquisa "O Que pensa o mercado financeiro", realizada pela Genial/Quaest, foi divulgada nesta quarta-feira (22)
22 de novembro de 2023

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (22) aponta que o mercado financeiro reduziu as expectativas sobre as políticas econômicas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a despeito das melhorias dos indicadores.

A avaliação negativa passou de 47% em setembro para 52% em novembro. Já os que consideram o desenho regular passou de 41% para 39%, e os que avaliam como positivo passou de 12% para 9%. A avaliação negativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em 24%, ante 23% em setembro e 11% em julho.

O estudo “O Que pensa o mercado financeiro”, feito junto a 100 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, aponta que 39% dos analistas do mercado financeiro avaliam que Haddad saiu enfraquecido das discussões sobre a meta fiscal, enquanto apenas 12% veem sua posição fortalecida.

Ainda segundo o levantamento, em março 73% temiam uma recessão em 2023, agora apenas 27% acreditam nessa possibilidade. Quanto ao crescimento do PIB, 51% preveem um aumento inferior a 3%, apesar de, no início do ano, o mercado apostar em pouco mais de 0,5%. A surpresa do crescimento é atribuída por 67% às “medidas anteriores”, enquanto apenas 5% creditam a expectativa positiva ao governo Lula e 28% ao cenário internacional.

De acordo com a pesquisa, de julho para cá, caiu para menos da metade (de 53% para 21%) o percentual de entrevistados que acreditam em uma melhora da economia brasileira em 12 meses. Apesar do tombo, o número ainda é melhor do que o registrado em março (6%) e maio (13%) − as duas primeiras edições do estudo com agentes do mercado financeiro. Já os que esperam uma manutenção do quadro atual oscilaram de 16% a 30% ao longo da série histórica, de 8 meses.

A falta de privatizações, a ausência de liberalização econômica e a não aprovação da Reforma Tributária são apontadas como pontos que pesaram na avaliação negativa. A desconfiança na política econômica atinge 73%, indicando um aumento da insatisfação, que havia recuado para 53% em julho.

Para o jornalista econômico Luís Nassif, a discussão sobre o déficit zero fez com que caísse a popularidade do presidente Lula. “Quando o Lula questionou essa meta de déficit zero, foi precipitado. O que precisa é virar o disco, parar de falar em déficit. O Lula está devendo um projeto de país para comandar a discussão pública, porque hoje toda discussão pública quem comanda é o mercado”, disse Nassif no ICL Notícias desta quarta (22). Ele ainda faz uma comparação: “Para se ter uma ideia, 0,25% de déficit público equivale a metade do que se economizaria se reduzisse 0,5 p.p. a taxa Selic. Todo mundo discutindo déficit e ninguém discute a Selic”, afirma o economista.

Pesquisa mostra a avaliação do mercado financeiro sobre a Reforma Tributária

Para 74% do mercado financeiro, a reforma tributária que se encontra em fase final no Congresso vai melhorar o atual sistema. Outros 12% acreditam que nada vai mudar com a reforma tributária. Já 14% acham que o novo sistema tributário será pior.

A maioria dos entrevistados, 73%, considera que as alterações feitas no texto da reforma pelo Senado pioraram o texto enviado pela Câmara.

Em relação a quais propostas tornam a reforma melhor que o sistema tributário atual, 50% disseram que é a simplificação e a transparência.

Redação ICL Economia

Com informações do Brasil 247, do Estadão e do Infomoney

 

 

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