PwC mostra o Brasil fora do ‘top 10’ de mercados considerados estratégicos pelo empresariado mundial

A 27ª edição da CEO Survey, feita anualmente pela consultoria internacional PwC, foi apresentada ontem (15) na abertura do Fórum Econômico Mundial. Pesquisa mostra o Brasil na 14ª posição de interesse de empresários.
16 de janeiro de 2024

A 27ª edição da CEO Survey, feita anualmente pela consultoria internacional PwC, mostra que, pela primeira vez em uma década, o Brasil ficou fora da lista dos 10 países estratégicos para o empresariado mundial. Para efeito de comparação, em 2014 o país ocupava a quarta posição e, com o passar dos anos, foi descendo na escala até chegar ao atual 14º lugar este ano.

A pesquisa, lançada ontem (15) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, mostra que o otimismo dos altos executivos de multinacionais vem crescendo desde o ano passado. No entanto, o Brasil não é considerado um mercado crucial para a expansão dos negócios em 2024.

Foram entrevistados para o relatório cerca de 4.700 líderes empresariais pelo mundo, incluindo no Brasil.

Os 10 países de interesse são: Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido, Índia, França, Canadá, Japão, Austrália e México.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro, atribui o movimento a uma recalibragem do foco das empresas para os mercados internos, além da atratividade dos retornos nos Estados Unidos dados os juros mais altos do que de costume.

Apesar das reformas que estão sendo aprovadas e implementadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terem sido bem avaliadas, as crises na região, como na Argentina, e as questões burocráticas para se fazer negócios no Brasil pesam contra para o empresariado.

Com juros mais altos, EUA continuam no topo de interesse do empresariado mundial

Para os altos executivos das empresas entrevistados, os Estados Unidos continuam no topo da lista de interesse, embora tenham perdido alguns pontos em relação à segunda colocada, a China. A diferença de menções entre os dois, que no ano passado foi de 17 pontos percentuais, agora é de oito pontos.

O reposicionamento da lista ocorre em meio a uma contínua reorganização da cadeia de produção e consumo global, em meio a guerras, rápidas mudanças tecnológicas, eventos climáticos e atritos políticos e comerciais.

Segundo os entrevistados, haverá mais pressões nos próximos três anos do que nos cinco anteriores devido às mudanças tecnológicas, climáticas e outras tendências que afetam os negócios no mundo.

Do total de entrevistados, 36% no Brasil e 38% no mundo esperam aceleração nos próximos 12 meses, ante 17% e 18%, respectivamente, da pesquisa anterior. Por outro lado, os que preveem desaceleração caíram de 73%, nos dois casos, para 39% no Brasil e 45% no mundo. Pode-se dizer que há certo otimismo, mas nem tanto.

Quando se referem aos próprios negócios, para 39% dos entrevistados no mundo (33% no Brasil), as empresas que dirigem serão economicamente inviáveis em dez anos.

Se a pergunta inclui a manutenção do atual modelo de negócios, esses índices sobem para 41% no Brasil e 45% no mundo – aumentos de, respectivamente, oito e seis pontos percentuais.

Em relação a seu próprio mercado, a visão dos brasileiros é mais positiva do que a média global (55% anteveem aceleração, 11 pontos a mais do que o índice mundial). O Brasil só perde em otimismo para Índia (86%) e China (55%).

As mudanças tecnológicas são consideradas o tópico de maior impacto nos negócios para os entrevistados, com menções por 56% dos respondentes (72% no Brasil).

Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo

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