Endividamento das famílias chega a nível recorde e Febraban anuncia que crédito deve ficar ainda mais caro

Aumento da CSLL torna mais caras linhas de financiamento imobiliário e de veículos, crédito consignado e capital de giro
29 de abril de 2022

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou 2021 em 52,6%, novo recorde da série histórica, de acordo com o Banco Central, após 43,9%, em 2020. E a situação das famílias ainda deve se agravar em 2022. Na quinta-feira (28), o governo Bolsonaro editou a medida provisória que aumenta a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para os bancos, publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Na prática, o crédito vai ficar mais caro para consumidores, famílias e empresas.

A alíquota de CSLL vai subir de 20% para 21% até o fim deste ano. Já a alíquota das demais instituições financeiras passará de 15% para 16%.

De acordo com a Febraban, o aumento de imposto torna mais caras linhas importantes no processo de recuperação econômica, como financiamento imobiliário e de veículos, crédito consignado e capital de giro. Para a federação, não faz sentido aumentar a carga tributária em um momento em que a economia desacelera e quando a Selic e a inflação estão nas alturas.

Nova metodologia

Em dezembro, o BC explicou que a nova metodologia para calcular o endividamento das famílias considera a Renda Nacional Disponível Bruta das Famílias (RNDBF) restrita, em vez da Massa Salarial Ampliada Disponível (MSAD).

A nova medida de renda das famílias inclui recursos recebidos extraordinariamente, como o saque emergencial do FGTS e o auxílio emergencial, e desconsidera rendas de aluguéis, rendas distribuídas das empresas para as famílias e rendas de investimentos.

Em 2021, o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou, se descontadas todas a dívidas imobiliárias, ficou em 33%, ante 26,9% do ano anterior. Em novembro, os porcentuais eram de 52,1% e 32,7%, respectivamente.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou 2021 em 27,9%, ante 23,7% em 2020.

Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 25,6% no ano passado, ante 21,5% no ano anterior. Em novembro, os porcentuais eram de 28,0% e 25,7%, respectivamente.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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