Como iniciativa de combate à corrupção no atual governo de Jair Bolsonaro, 59 professores e pesquisadores de universidades do Brasil e do exterior assinaram na quinta-feira (20) uma carta em apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os profissionais que estudam o tema “corrupção” decidiram ir a público declarar o voto em Lula, no próximo dia 30.
O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acumula pedidos de cassação e condenações judiciais. Suas declarações já foram classificadas como discurso de ódio, homofóbicas, misóginas e sexistas, racistas e antirrefugiados. Bolsonaro defende frequentemente a ditadura militar brasileira. Durante discussão com manifestantes em dezembro de 2008, declarou que “o erro da ditadura foi torturar e não matar.”
Segundo o veículo jornalístico Poder 360, de janeiro de 2019 a agosto de 2021, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de 1 processo judicial a cada 6 dias. A média de ações contra Bolsonaro é maior do que o total de processos movidos contra os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficaram 8 anos no cargo, e Dilma Rousseff (PT), que governou por 5 anos e 8 meses. Segundo a publicação, FHC foi alvo de 108 processos. Lula, de 81 e Dilma, de 100. Os dados se referem a processos com atuação da AGU (Advocacia Geral da União).
Para impedir a investigação dos crimes de responsabilidade, que poderiam levar Bolsonaro ao impeachment, o Governo passou a subordinar grande parte do Orçamento da União ao presidente da Câmara. É o orçamento Secreto que está produzindo um rastro de destruição em áreas sensíveis do Estado brasileiro, como saúde e educação. A manobra é resultado de um governo fraco, que precisa do Congresso para não ter mais crimes investigados.
Os professores e pesquisadores, que assinam a carta em apoio ao candidato Lula, são de variadas disciplinas como Direito, Economia, Administração, História, Ciência Política e Contabilidade e estão associados a instituições acadêmicas reconhecidas, tanto no Brasil, quanto no exterior: Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Faculdade de Direito da Universidade de Toronto, a University College London, Universidade de Brasília e Universidade do Estado de Santa Catarina.
De acordo com a carta em apoio a Lula, o suposto compromisso de Bolsonaro com a luta contra a corrupção é apenas retórico, “conforme evidenciado por sucessivos escândalos de corrupção, alianças com os setores mais clientelistas da política nacional, interferência política nos órgãos de investigação, desconstrução do aparato jurídico institucional de combate à corrupção, e enfraquecimento do controle social e da transparência pública”.
Para acadêmicos que assinam a carta em apoio a Lula, votar no candidato do PT é “expressar a convicção de que o combate à corrupção não pode ocorrer às custas da ordem democrática”
Segundo os acadêmicos, “Bolsonaro representa uma ameaça concreta e iminente à democracia brasileira”. Para eles, votar no candidato do PT é “expressar a convicção de que o combate à corrupção não pode ocorrer às custas da ordem democrática; a convicção de que, pelo contrário, qualquer avanço nessa matéria só será sustentável quando acompanhado pelo fortalecimento das instituições e dos valores democráticos”.
“Votar em um candidato não significa aderir ao seu governo; às vezes, só nos é dado escolher a qual governo faremos oposição. E muitos de nós, abaixo-assinados, certamente optarão por fazer oposição ao governo eleito. Mas, entre fazer oposição a um governo democrático e fazer oposição a um governo autoritário, a nossa escolha será sempre pelo governo democrático”, afirma a carta em apoio.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias