O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) aumentou em 0,50 ponto percentual o referencial de sua taxa de juros para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, elevando o custo de crédito para seu maior nível desde 2007.
A decisão de diminuir o ritmo do aperto monetário foi unânime. A desaceleração no avanço de juros já era discutida, com o Fed ponderando o impacto atrasado da alta de juros na inflação, ainda alta.
A alta de 0,50 ponto percentual representa uma redução no ritmo do aperto monetário depois de quatro altas consecutivas de 0,75 ponto percentual, em um movimento agressivo da autoridade monetária para combater a inflação americana, que atingiu seu nível mais elevado em 40 anos no início do ano.
A decisão já era esperada e foi amplamente sinalizada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em suas recentes entrevistas, e também por várias autoridades do banco central americano, à medida que os dados de inflação começaram a dar sinais de desaceleração.
Além de subir os juros para enfrentar a inflação, os EUA vêm se preparando para uma recessão econômica cada vez mais provável, possivelmente a partir de meados de 2023. Na avaliação de economistas, diante da contração da maior economia do mundo, os Estados Unidos, países emergentes como o Brasil devem se preparar para um cenário hostil a partir do ano que vem – justamente quando um novo mandato presidencial terá início, em 1º de janeiro.
A alta da taxa de juros nos EUA causa impacto global, inclusive para a economia no Brasil. Por aqui, os ativos brasileiros se tornam menos atrativos aos investidores estrangeiros. E, assim, menos capital disponível. O maior volume de investimento nos EUA leva à valorização do dólar em relação a outras moedas, especialmente àquelas dos países emergentes, como o Real no Brasil.
Fed projeta taxa de juros de 5,1% em 2023
Apesar da desaceleração, o Fed vê juros em 5,1% em 2023 – houve um aumento em relação à projeção anterior, de 4,6%. Em 2024, o número esperado foi revisado de 4,10% para 3,9%. Em 2025, de 3,10% para 2,9%.
No comunicado que acompanha a decisão desta quarta-feira, o BC americano afirma que continua fortemente comprometido em levar a inflação a 2%. Também diz que novas altas de juros serão apropriadas em próximas reuniões.
Contudo, o nível de preços perseguido pelo Fed só deve ser alcançado em 2025, na visão da autoridade monetária.
“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões de preços mais amplas”, diz o texto.
Redação ICL Economia
Com informações do G1 e da Infomoney