Inflação desacelera para todas as faixas de renda em março. Famílias de renda baixa foram as que mais se beneficiaram

Queda do preço dos alimentos explica menor impacto inflacionário para a população de renda baixa
20 de abril de 2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou sua pesquisa sobre o impacto inflacionário por estrato de renda no mês de março para todas as faixas de renda. De acordo com dados do instituto, divulgados em 14 de abril, que desagrega o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) por classes sociais, as famílias de renda baixa foram as que mais se beneficiaram. A inflação para as famílias de renda média-baixa foi de 0,76%, para as pessoas, com renda média foi de 0,8% e a maior taxa ficou para as pessoas com renda média-alta, com 0,81%. 

Novamente, em março, os pontos extremos da renda tiveram menos impacto, com a população com renda muito baixa registrando inflação de 0,53%, de renda baixa de 0,65% e de renda alta de 0,69%, explicam os economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli, no Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado.

“A queda do preço dos alimentos foi o fator que melhor explicou o baixo impacto inflacionário para a população mais pobre do país, enquanto a alta dos combustíveis explicou a situação da população de renda média, já que é um grupo de pessoas que utilizam mais o bem em seu dia a dia”, afirmam os economistas.

Queda do preço dos alimentos explica menor impacto inflacionário para a população de renda baixa

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foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O baixo impacto da inflação na população com menor renda pode ser explicada pela deflação sentida pelos grupos como os alimentos. Enquanto o grupo apresentou deflação de 0,04% para a população com renda muito baixa e de 0,3% para as pessoas com renda baixa, o impacto foi de uma inflação de 0,05% para as pessoas com renda alta.

O grupo transportes, no qual se encontram os combustíveis, explicou o maior impacto para as pessoas com renda média, uma vez que o impacto foi de somente 0,3% para as pessoas com renda muito baixa, de 0,5% para pessoas com renda baixa-média, de 0,51% para pessoas com renda média e de 0,49% para pessoas com renda média-alta.

No acumulado do ano, porém, não somente as pessoas com renda média, mas também as pessoas com renda alta foram as mais impactadas até o momento. Além dos combustíveis, houve alta nos preços de bens consumidos entre a população de renda alta, como passagens aéreas e planos de saúde.

Com isso, o impacto para população com renda muito baixa foi de 1,69%, para a população com renda baixa foi de 1,85%, para a população com renda baixa-média foi de 2,06%, para a população com renda média foi de 2,23% para a população com renda média-alta foi de 2,33% e para a população com renda alta foi de 2,31%.

No acumulado em 12 meses, a tendência foi semelhante, com a população com renda muito baixa tendo impacto de 4,6%, com renda baixa de 4,54%, com renda baixa-média de 4,38%, com renda média de 4,68%, com renda média-alta de 4,95% e com renda alta de 6,44%.

O maior impacto ocorrido, no acumulado de 12 meses, entre a população de menor renda foi do grupo alimentos, já que para pessoas com renda muito baixa o impacto foi de 2,14%, para pessoas com renda baixa impacto foi de 1,93% e pessoas com renda alta tiveram impacto de somente 1,16%.

O grupo que tornou o impacto mais relevante para as pessoas com renda alta foi justamente o de transportes, que impactou nos últimos 12 meses em 0,75% para as pessoas com renda baixa e teve deflação sentida pelas pessoas de renda muito baixa de 0,27%.

Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado

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