Após um dia de forte alta ontem (3), os índices futuros de Nova York operam em relativa estabilidade na manhã desta quinta-feira (4), diante das perspectivas de que o Fed (Federal Reserve) possa aumentar ainda mais os juros estadunidenses para controlar a escalada da inflação e, também, um rearranjo nas projeções de lucros corporativos. Isso porque o setor de serviços dos EUA se recuperou de modo inesperado em julho com o aumento da demanda e solução dos gargalos de oferta. Com isso, diminui a pressão de que a economia norte-americana possa entrar em recessão.
Os mercados europeus, por sua vez, operam em alta também, dando seguimento aos ganhos obtidos ontem, após a divulgação de uma série de balanços positivos de empresas. Junto a isso, os investidores também aguardam a próxima decisão da política monetária do Banco da Inglaterra, que pode aumentar a taxa de juros em 50 pontos-base, o que corresponde ao maior reajuste para cima desde 1995.
Enquanto isso, na Ásia, os mercados também fecharam com ganhos nesta quinta-feira, após o esfriamento da temperatura gerada pela visita de menos de 24 horas da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, o que gerou forte tensão de que as relações entre China e EUA poderia desembocar para um conflito militar.
No Brasil, a notícia mais importante da quarta-feira para os mercados foi o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que deixou aberta a possibilidade de novas altas, alongando o horizonte da inflação.
Brasil
Na quarta-feira (3), o Ibovespa fechou o pregão em leve alta de 0,40%, aos 103.774 pontos. Apesar disso, o indicador subiu menos que seus pares internacionais em meio à queda de ações de commodities e ao nervosismo dos mercados externos diante da visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, que elevou a temperatura das relações entre China e EUA. Enquanto isso, no Brasil, o dia de ontem foi marcado pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em 0,5 ponto porcentual, que ainda deixou a porta aberta para uma alta residual.
O dólar comercial acabou fechando estável, cotado a R$ 5,278 na compra e na venda.
Europa
Já na Europa, os mercados operam com ganhos em dia de decisão do Banco da Inglaterra sobre juros. Autoridade monetária pode aumentar as taxas de juros em 50 pontos-base, levando ao aumento dos custos do crédito para 1,75%, enquanto o banco central luta contra a inflação crescente. Este seria o primeiro aumento de meio ponto percentual desde que o banco se tornou independente do governo britânico, em 1997.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,24%
DAX (Alemanha), +0,78%
CAC 40 (França), +0,34%
FTSE MIB (Itália), +0,60%
Estados Unidos
Nos EUA, os índices futuros operam com relativa estabilidade após forte alta, levados pela divulgação de lucros robustos e relatórios econômicos fortes, o que levou investidores a reduzirem suas projeções a respeito de uma recessão econômica. A forte alta de ontem foi gerada pela recuperação do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do segmento de serviços de julho e, também, de comentários de dirigentes do Fed (banco central dos EUA), que descartaram a hipótese de o país estar em recessão devido aos bons números do mercado de trabalho.
Para hoje, espera-se os resultados da Eli Lilly, Kellogg, Alibaba e ConocoPhillips antes da abertura dos mercados.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,02%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,03%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,01%
Ásia
O esfriamento das tensões geradas pela visita da democrata Nancy Pelosi a Taiwan fez com que os mercados asiáticos fechassem no positivo nesta quinta-feira (4). O índice Hang Seng Tech subiu 2,82%, com as ações do Alibaba saltando mais de 4% antes mesmo da divulgação dos resultados.
Pela primeira vez, a gigante chinesa de comércio eletrônico pode ver queda de receita, conforme previsão média dos analistas da Refinitiv.
Shanghai SE (China), +0,80%
Nikkei (Japão), +0,69%
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,06%
Kospi (Coreia do Sul), +0,47%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com leve alta nesta manhã. Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram de modo inesperado na semana passada, devido à queda nas exportações e às refinarias reduzindo as produções. Enquanto isso, os estoques de gasolina também registraram aumento surpreendente com a desaceleração da demanda.
Um evento importante ontem foi a reunião dos ministros da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia), que concordaram com um pequeno aumento na meta de produção do grupo, equivalente a cerca de 0,1% da demanda global de petróleo.
Petróleo WTI, +1,02%, a US$ 91,59 o barril
Petróleo Brent, +0,66%, a US$ 97,42 o barril
Agenda
Nesta quinta-feira (4), o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve elevar a taxa básica de juros. De acordo com o consenso Refinitiv, a autoridade monetária deverá elevar a taxa pela sexta vez consecutiva, em 25 pontos-base, para 1,5%. A inflação no Reino Unido acumula alta de 9,4% em 12 meses, maior taxa desde 1985.
Já nos EUA, os investidores estão atentos à divulgação de pedidos semanais de seguro-desemprego pela manhã.
Por aqui, no Brasil, ainda ecoa sobre investidores a decisão do Copom de subir a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75%. Dentro disso, a informação mais importante para analistas é a de que a autoridade monetária indicou que poderá encerrar o ciclo de ajustes mais agressivos e a expectativa é de que, em setembro, a alta da Selic seja menor. No campo político, o Senado aprovou ontem (3) a MP (Medida Provisória) que flexibiliza as relações trabalhistas durante estado de calamidade pública decretado em âmbito nacional ou estadual e municipal reconhecidos pelo governo federal. Já aprovado pela Câmara dos Deputados na terça-feira (2), o texto vai agora para promulgação.
Redação ICL Economia
Com informações das agências