As contas do governo central acumulam déficit de R$ 114 bilhões em 11 meses, valor que representa 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Em novembro, o rombo ficou em R$ 39,4 bilhões ante R$ 14,8 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado, conforme dados divulgados ontem (27) pelo Tesouro Nacional.
“A expectativa para o último mês é ao redor de R$ 10 bilhões, o que deve levar a um acumulado de R$ 125 bilhões no ano”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em coletiva virtual.
Em conversa com jornalistas realizada no último dia 22 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo fechará este ano com um déficit em torno de R$ 130 bilhões, ou 1,3% do PIB.
O valor é um pouco pior do que o próprio ministro prometera em janeiro: um rombo abaixo de R$ 100 bilhões. Porém, quando assumiu a pasta, Haddad afirmou que o déficit de até R$ 230 bilhões previsto no Orçamento de 2023 não iria acontecer.
Segundo dados do Tesouro, a receita líquida teve um acréscimo de R$ 5,5 bilhões (4,2% maior do que no ano passado), enquanto que a despesa total registrou um aumento de R$ 29,4 bilhões (20% a mais do que novembro de 2022).
O governo ainda informou que, no período de janeiro a novembro de 2023, a Previdência Social registrou déficit de R$ 290,6 bilhões, enquanto que o Tesouro Nacional e o Banco Central apresentaram superávit de R$ 176,2 bilhões, o que contabiliza o acumulado do ano.
O governo explica que o Tesouro Nacional é uma espécie de caixa do governo. O Tesouro recebe o dinheiro arrecadado pela Receita Federal e outros órgãos e faz a gestão para cumprir o orçamento.
Déficit primário: mudança da trajetória para recuperar a “deterioração fiscal”
Ceron acrescentou que o governo busca recuperar a “deterioração fiscal” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a atingir, nos últimos quatro anos, mais de R$ 1 trilhão de déficit primário. “Estamos nessa busca de recuperar, mudar essa trajetória e essa tendência de deterioração fiscal”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional.
A equipe do Tesouro Nacional destacou ainda que, em novembro de 2023, a receita total apresentou elevação de R$ 3,5 bilhões (2% a mais do que em novembro). A receita líquida cresceu R$ 5,5 bilhões (4,2% em relação ao mesmo período de 2022).
Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil