Governo central tem déficit primário de R$ 114 bilhões em 11 meses, diz Tesouro

Orçamento de 2023 autoriza déficit de até R$ 230 bilhões, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em janeiro, logo que assumiu a pasta, que esse valor não iria acontecer. No entanto, déficit do ano será um pouco maior que o prometido pelo ministro (R$ 100 bilhões).
28 de dezembro de 2023

As contas do governo central acumulam déficit de R$ 114 bilhões em 11 meses, valor que representa 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Em novembro, o rombo ficou em R$ 39,4 bilhões ante R$ 14,8 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado, conforme dados divulgados ontem (27) pelo Tesouro Nacional.

“A expectativa para o último mês é ao redor de R$ 10 bilhões, o que deve levar a um acumulado de R$ 125 bilhões no ano”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em coletiva virtual.

Em conversa com jornalistas realizada no último dia 22 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo fechará este ano com um déficit em torno de R$ 130 bilhões, ou 1,3% do PIB.

O valor é um pouco pior do que o próprio ministro prometera em janeiro: um rombo abaixo de R$ 100 bilhões. Porém, quando assumiu a pasta, Haddad afirmou que o déficit de até R$ 230 bilhões previsto no Orçamento de 2023 não iria acontecer.

Segundo dados do Tesouro, a receita líquida teve um acréscimo de R$ 5,5 bilhões (4,2% maior do que no ano passado), enquanto que a despesa total registrou um aumento de R$ 29,4 bilhões (20% a mais do que novembro de 2022).

O governo ainda informou que, no período de janeiro a novembro de 2023, a Previdência Social registrou déficit de R$ 290,6 bilhões, enquanto que o Tesouro Nacional e o Banco Central apresentaram superávit de R$ 176,2 bilhões, o que contabiliza o acumulado do ano.

O governo explica que o Tesouro Nacional é uma espécie de caixa do governo. O Tesouro recebe o dinheiro arrecadado pela Receita Federal e outros órgãos e faz a gestão para cumprir o orçamento.

Déficit primário: mudança da trajetória para recuperar a “deterioração fiscal”

Ceron acrescentou que o governo busca recuperar a “deterioração fiscal” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a atingir, nos últimos quatro anos, mais de R$ 1 trilhão de déficit primário. “Estamos nessa busca de recuperar, mudar essa trajetória e essa tendência de deterioração fiscal”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional.

A equipe do Tesouro Nacional destacou ainda que, em novembro de 2023, a receita total apresentou elevação de R$ 3,5 bilhões (2% a mais do que em novembro). A receita líquida cresceu R$ 5,5 bilhões (4,2% em relação ao mesmo período de 2022).

Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil

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