Governo Lula lança plano Nova Indústria Brasil nesta 2ª feira; programa terá crédito, subsídios e fortalecimento do setor no país

Construído ao longo do segundo semestre de 2023 pelos membros do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), plano tem metas de longo prazo (2024-2024) e coloca o Estado como indutor do crescimento da indústria nacional.
22 de janeiro de 2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, nesta segunda-feira (22), o plano Nova Indústria Brasil, para estimular a indústria nacional. Desenhado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o programa será lançado às 11h, no Palácio do Planalto, em Brasília, durante reunião do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial).

O plano possui pelo menos três eixos básicos: linhas de crédito, subsídios públicos e o fortalecimento da política de conteúdo local para elevar a competitividade do setor industrial no período 2024-2033. Na prática, o plano coloca o Estado como indutor do desenvolvimento da indústria nacional.

“A NIB tem como objetivos estimular o progresso técnico e, consequentemente, a produtividade e competitividade nacionais, gerando empregos de qualidade; aproveitar melhor as vantagens competitivas do país; e reposicionar o Brasil no comércio internacional”, diz trecho da minuta do plano divulgado em reportagem do G1.

Conforme informações do site do MDIC, a nova política foi produzida ao longo do segundo semestre de 2023 pelos membros do CNDI, que é composto por 20 ministérios, pelo BNDES  (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores.

Embora o plano de ação envolva um período de dez anos, haverá, em paralelo, um plano de curto prazo que vai perdurar até o término do mandato de Lula, em 2026.

Algumas parte do plano já estão em execução, como a implementação do mercado de carbono e do plano Combustível do Futuro, que estimula o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira.

Nova Indústria Brasil: entenda os principais pontos do plano do governo Lula 3

De acordo com reportagem do G1, que teve acesso à minuta do plano, as ações são distribuídas em seis eixos: agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa.

As metas de longo prazo (até 2033) são as seguintes:

  • Aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50%;
  • Alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional;
  • Produzir, no país, 70% das necessidades nacionais em medicamentos e tecnologias em saúde;
  • Reduzir o tempo de deslocamento de casa para o trabalho em 20%;
  • Transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras;
  • Triplicar a produção nacional de novas tecnologias;
  • Reduzir em 30% a emissão de CO2 (gás carbônico) por valor adicionado do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria;
  • Ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;
  • Obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa.

As metas poderão ser impulsionadas por meio de estímulos governamentais, como compras, empréstimos, subvenções, investimento público, comércio exterior, participação acionária, entre outros pontos.

Ainda segundo a reportagem do G1, o MDIC informou, em nota, que a nova política é “baseada em práticas internacionais” e terá o objetivo de “implementar um projeto de neoindustrialização, com uma indústria sustentável, forte e inovadora”.

“A nova política industrial representará melhora na vida das pessoas, aumento da competitividade e da produtividade, mais empregos, inovação e presença no mercado internacional”, diz a pasta.

Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo e do G1

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