O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (13) que a equipe econômica do governo vai intensificar a agenda de trabalho em relação aos gastos do governo, e que deve focar, nas próximas semanas, na revisão de despesas.
O ministro da Fazenda deu as declarações depois de o mercado financeiro ter reagido negativamente a falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou nesta quarta-feira (12) não pensar a economia do país de forma apartada de medidas voltadas ao desenvolvimento social. (leia no final do texto)
“Eu tenho dito isso, queremos também rever o gasto primário, estamos dispostos a cortar privilégios. Já voltaram à tona vários temas que estão sendo discutidos de novo, o que é bom, como supersalários, como correção de benefícios que estão sendo praticados ao arrepio da lei, melhoria dos cadastros, isso voltou para mesa, e nós achamos que é ótimo isso acontecer porque vai facilitando o trabalho de entregar as contas”, declarou Haddad.
Após a declaração de Lula desta quarta, o dólar subiu, avançou 0,86%. Nesta quinta, depois que Haddad falou em revisão de gastos, a moeda interrompeu uma sequência de alta. Às 12h54, o dólar operava em queda de 0,56%, cotado a R$ 5,4066.
Fernando Haddad afirmou que as medidas para reduzir gastos podem ser “administrativas”, sem a necessidade de enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional. “Se depender de lei, evidentemente para impactar 2025, tem que ser aprovado esse ano”, completou.
Nos planos de “A a Z” para reduzir gastos do governo, revisão dos pisos da saúde e educação está “no final do alfabeto”, diz Tebet
Ao lado de Haddad na entrevista, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que entre as prioridades está a necessidade de “olhar com lupa” as desonerações tributárias.
“Nós temos um dever de casa em relação às despesas. Se os planos A, B, C e D já estão se exaurindo para não aumentar a carga tributária pela receita, sob a ótica da despesa, nós temos plano A, B, C, D, E”, disse a ministra.
Tebet ponderou que no cardápio de “A a Z” de medidas em avaliação, a revisão dos pisos de gastos em saúde e educação está “no final do alfabeto”.
Lula diz que ‘mão invisível do mercado’ agrava desigualdade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (13) que a “mão invisível do mercado” agrava desigualdade e que a contestação ao sistema não pode ser “privilégio da extrema-direita'”.
A declaração foi dada em um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, um dia após o dólar engatar o seu quarto dia seguido de valorização e fechar em alta.
Nesta quarta-feira (12), Lula já tinha mencionado o mercado financeiro em outra declaração, no Rio de Janeiro, quando argumentou que o “mercado era uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.
Com informações do G1 e das agências de notícias