Haddad reafirma opinião sobre a alta taxa de juros e avisa que governo atua para conter inflação

Nas últimas semanas, integrantes do Partido dos Trabalhadores, e até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm criticado o alto nível da taxa de juros brasileira
2 de março de 2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou na quarta-feira (1) o patamar da taxa de juros brasileira que, em 13,75% ao ano, representa a maior do mundo em termos reais (quando descontada a inflação estimada para os próximos doze meses). Haddad voltou a dizer que o governo federal está atuando para conter a inflação no médio e longo prazo, mesmo com a elevação  dos impostos sobre combustíveis. Na avaliação de Haddad, o alto nível da taxa de juros é, hoje,  o “principal problema econômico” do Brasil. Apesar disso, afirmou que não está pressionado o Banco Central

Em relação a taxa de juros, se vão cair, ou não, Haddad explica que a decisão cabe  à “política monetária”, definida pelo Banco Central.

Na avaliação do economista Ladislau Dowbor, o argumento usado pelo Banco Central para manter inflação sobre controle, com taxa de juros em 13,75%, faz parte de uma narrativa sem sentido.

Para Haddad, eventual mudança na meta da inflação não vai alterar a taxa de juros

política monetária, Ministro da Fazenda, taxa Selic, meta de inflação, Fernando Haddad, autonomia do banco central, juros básicos, setor público, taxa de juros, contas externas, arrecadação do governo, Banco Central, taxa de juros, contas públicas, juros, banco central

Crédito: divulgação / Senado Federal

O Banco Central tem autonomia aprovada em lei, e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, tem mandado fixo até o fim de 2024.

Nas últimas semanas, integrantes do Partido dos Trabalhadores, e até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm criticado o alto nível da taxa de juros brasileira. O receio é de que a taxa de juros elevada desacelere demais a economia e afetem a geração de empregos.

O ministro Haddad afirmou também que uma eventual mudança das metas de inflação “não vai ser o que vai fazer a taxa de juros cair”. Essa possibilidade entrou em discussão por conta de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Levei ao presidente uma tabela […] mostrando que os países tinham uma meta de inflação menor que a nossa, hoje é 3,25%, outros tinham meta de 3%, índia de 4%, tinham inflação maior que a nossa e uma taxa de juros menor que a nossa. A meta não vai ser o que vai fazer o juro cair, é a gente seguir o plano de 12 de janeiro [pacote fiscal]”, declarou Haddad para a reportagem do G1.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e levantou a possibilidade de o governo Lula  articular junto ao Senado a troca do comando da autarquia.

“É um absurdo uma taxa de juros de 13,75%”, afirmou Gleisi em entrevista a Guilherme Amado, do Metrópoles. “Está gerando desvantagem competitiva para o Brasil. É contra o Brasil. Acho que ele tinha que pedir para sair do Branco Central, ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas. Nós precisamos ter um Banco Central que cumpra seu papel, que é de controle da inflação – mas também de geração de emprego, que está lá na lei da autonomia -, mas que não estrangule o país. Não está certo o que ele está fazendo”. 

Segundo a parlamentar, o risco de uma recessão da economia brasileira serve de alerta para corrigir o rumo da taxa de juros. “Estão dizendo que vai ter recessão. Então o governo para poder se contrapor a isso tem que ter um mega programa de investimento, com grandes ações. Tem que pôr dinheiro em circulação. O que nós vamos fazer? Vamos achar que é bom recessão? O mercado vai achar bom recessão? Claro que o mercado também não quer. Então tem que ser uma política ofensiva do Estado brasileiro para a gente não ter recessão esse ano”.


Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.