Uma enquete informal sobre o horário de verão e sem metodologia científica, proposta pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em seu perfil no Twitter, mostrou que 66% dos votantes eram favoráveis ao retorno do horário de verão mesmo sem economia na energia elétrica, enquanto 34% votaram contra. O horário de verão foi adotado no Brasil por 34 anos consecutivos com o objetivo de reduzir o consumo de energia. Mas decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro acabou com a norma. O último horário de verão foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já concluiu que a aplicação do horário de verão não traz benefícios para a operação do sistema elétrico nacional, ou seja, sem economia no preço da energia elétrica. Por outro lado, diferentes setores avaliam que a iluminação natural no início da noite aumenta a circulação de pessoas em bares e comércios de rua.
No Brasil, o preço da energia elétrica é regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que homologa a taxa máxima de reajuste que as distribuidoras podem acrescentar em suas tarifas de energia elétrica. Há a questão da bandeira tarifária, que é um acréscimo feito caso o custo de produção de energia elétrica se eleve devido a problemas sazonais, que ocorre geralmente quando é necessário se utilizar mais do sistema termoelétrico, que tem custo de produção maior do que do sistema hidroelétrica.
O retorno do horário de verão não impacta a economia de energia elétrica das indústrias, segundo associação do setor. De acordo com a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), diferentemente dos outros consumidores, as grandes indústrias representadas pela associação estão quase todas no mercado livre de energia, que possui modelos tarifários que já sinalizam qual o preço do consumo de energia de acordo com as horas do dia.
Diante do alto preço da energia elétrica, as indústrias já mudam o consumo de energia ao longo do dia e organizam a produção para diminuir esse gasto no horário de ponta. A mudança de horário apenas exige uma reprogramação dos turnos de trabalho.
Para bares e restaurantes, a economia de energia elétrica é insignificante, mas o horário de verão atrai público
A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo explicou para a reportagem do jornal O Estado de S Paulo que é favorável ao horário de verão, já que o impacto para esses estabelecimentos é positivo, uma vez que, com o dia ainda claro, mais pessoas circulam pela cidade. Em relação ao gasto com energia, para o setor não há diferença, pois os estabelecimentos precisam manter em funcionamento geladeiras, ar condicionado e outros equipamentos.
Segundo representante da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), talvez o horário de verão beneficie comércios em ruas com a maior circulação de pessoas passando em frente à loja e comprando por impulso. Mas isso só aconteceria em ruas com muita movimentação e estabelecimentos comerciais. Em relação aos shoppings, boa parte deles já abre mais tarde. A ACSP explica que o horário de verão é mais positivo para atividades ligadas ao lazer, turismo, restaurantes e eventos em geral por atrair mais pessoas quando ainda a iluminação natural do dia.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias